segunda-feira, março 31, 2008
O Diabo Invertido
Estive em Londres e lá leram-me o tarot. Na casa dos amigos saiu-me a carta do diabo e esta estava invertida. Fui advertido então para a existência de uma falsa amizade, mas que ainda, pelo fato da carta ter saído de cabeça para baixo, representava alguém perigoso, um lobo em pelo de cordeiro, alguém que poderia me magoar exatamente por não representar ameaça ao meu julgamento.
Minha primeira reação foi pensar que a esta altura de minha vida e com a minha bagagem, eu não poderia estar tão cego assim em relação as pessoas com quem convivo. Aí pensei que este é exatamente o tipo de assunto que alimenta as dúvidas à cartomancia, estes avisos óbvios e genéricos. Mas depois lembrei-me que ando num exercício de resgate energético com o meio e que preciso abrir os canais. Assim, mudei minha postura e desejei saber quem era.
Entre mais ou menos 20 arcanos maiores surgiu o perfil do tal do diabo. Contudo, ele poderia ser aplicado, como entendo, sobre pelo menos 15% das minhas amizades. Entretanto, ao regressar a Lisboa, uma bomba estava na iminência de estourar…
Incidente à parte, o diabo foi-me revelado! Afinal é real, comunga de fato de minha amizade e não veste Prada! Apesar de minha bagagem e do meu tempo de vida não ter me ajudado a ver de ante mão quem era, ajudou-me a gerir a vontade de atropelar a pessoa.
Uma instantânea retrospectiva desta amizade teve lugar em minha cabeça e como se houvesse uma silenciosa lista de eventos mal explicados, ou suspeitos, várias situações começaram a fazer sentido e inclusive a serem interpretadas de uma outra forma.
Com isso tudo eu gostaria, primeiramente, de narrar minha experiência positiva com o tarot. Depois, alertar para sinais que podem ajudar a identificar um ‘diabo’. Não que precisemos cortá-los de nossas vidas – mesmo porque, hoje em dia, integridade é quase lenda – mas para estarmos atentos e podermos dar a César o que é de César...
Então é assim: Se você ver/ouvir um amigo seu cascando, demolindo com a imagem de alguém ou cortando sobre esta pessoa e depois o encontrar meigo, carinhoso, prestativo e compreensivo com este mesmo alvo, abra seu olho! Este amigo provavelmente faz o mesmo em relação a você quando está com um outro amigo dele.
Uma pessoa incoerente, que hoje julga uma situação ‘A’ de um jeito e amanhã, para esta mesma situação ‘A’, num outro contexto, a julga de forma diferente, está revelando uma manipulação de fatos de forma que ela seja beneficiada, justificada ou ainda ilibada, sem ter compromisso algum com a verdade em si.
Uma pessoa que constantemente está lhe passando informação de carácter pessoal ou sigiloso em relação a uma terceira, de certeza, faz de você e da sua vida, tema num mesmo comportamento onde você passa a ser a terceira pessoa.
Uma pessoa que começa frases enaltecendo sua existência, descrevendo suas características em tom de certeza e qualidade suprema, para mim, no fundo, está revelando seus pontos mais inconsistentes e menos naturais.
Enfim, o melhor é sempre podermos escolher, conhecer com quem nos relacionamos para que seja uma relação justa e equilibrada onde saibamos com quem contamos e até onde podemos contar. Mesmo porque, ao fim ao cabo, o problema de verdade não é que nos saia o diabo na casa dos amigos, mas sim, quando ele sai invertido…
Uma boa semana para todos.
Eduardo Divério.
Estive em Londres e lá leram-me o tarot. Na casa dos amigos saiu-me a carta do diabo e esta estava invertida. Fui advertido então para a existência de uma falsa amizade, mas que ainda, pelo fato da carta ter saído de cabeça para baixo, representava alguém perigoso, um lobo em pelo de cordeiro, alguém que poderia me magoar exatamente por não representar ameaça ao meu julgamento.
Minha primeira reação foi pensar que a esta altura de minha vida e com a minha bagagem, eu não poderia estar tão cego assim em relação as pessoas com quem convivo. Aí pensei que este é exatamente o tipo de assunto que alimenta as dúvidas à cartomancia, estes avisos óbvios e genéricos. Mas depois lembrei-me que ando num exercício de resgate energético com o meio e que preciso abrir os canais. Assim, mudei minha postura e desejei saber quem era.
Entre mais ou menos 20 arcanos maiores surgiu o perfil do tal do diabo. Contudo, ele poderia ser aplicado, como entendo, sobre pelo menos 15% das minhas amizades. Entretanto, ao regressar a Lisboa, uma bomba estava na iminência de estourar…
Incidente à parte, o diabo foi-me revelado! Afinal é real, comunga de fato de minha amizade e não veste Prada! Apesar de minha bagagem e do meu tempo de vida não ter me ajudado a ver de ante mão quem era, ajudou-me a gerir a vontade de atropelar a pessoa.
Uma instantânea retrospectiva desta amizade teve lugar em minha cabeça e como se houvesse uma silenciosa lista de eventos mal explicados, ou suspeitos, várias situações começaram a fazer sentido e inclusive a serem interpretadas de uma outra forma.
Com isso tudo eu gostaria, primeiramente, de narrar minha experiência positiva com o tarot. Depois, alertar para sinais que podem ajudar a identificar um ‘diabo’. Não que precisemos cortá-los de nossas vidas – mesmo porque, hoje em dia, integridade é quase lenda – mas para estarmos atentos e podermos dar a César o que é de César...
Então é assim: Se você ver/ouvir um amigo seu cascando, demolindo com a imagem de alguém ou cortando sobre esta pessoa e depois o encontrar meigo, carinhoso, prestativo e compreensivo com este mesmo alvo, abra seu olho! Este amigo provavelmente faz o mesmo em relação a você quando está com um outro amigo dele.
Uma pessoa incoerente, que hoje julga uma situação ‘A’ de um jeito e amanhã, para esta mesma situação ‘A’, num outro contexto, a julga de forma diferente, está revelando uma manipulação de fatos de forma que ela seja beneficiada, justificada ou ainda ilibada, sem ter compromisso algum com a verdade em si.
Uma pessoa que constantemente está lhe passando informação de carácter pessoal ou sigiloso em relação a uma terceira, de certeza, faz de você e da sua vida, tema num mesmo comportamento onde você passa a ser a terceira pessoa.
Uma pessoa que começa frases enaltecendo sua existência, descrevendo suas características em tom de certeza e qualidade suprema, para mim, no fundo, está revelando seus pontos mais inconsistentes e menos naturais.
Enfim, o melhor é sempre podermos escolher, conhecer com quem nos relacionamos para que seja uma relação justa e equilibrada onde saibamos com quem contamos e até onde podemos contar. Mesmo porque, ao fim ao cabo, o problema de verdade não é que nos saia o diabo na casa dos amigos, mas sim, quando ele sai invertido…
Uma boa semana para todos.
Eduardo Divério.