quarta-feira, novembro 05, 2008
Ensaio à Intuição
Em 1504, no retorno de sua quarta e última expedição, depois de ter falhado em encontrar o caminho marítimo oeste para a China, Cristóvão Colombo naufragou junto a Jamaica, onde permaneceu muitos meses até ser finalmente resgatado, retornado após anos de proibição real a Isabela, lugar que ele mesmo ajudou a fundar.
Enquanto estava na Jamaica, numa fase pouco popular entre os locais, de quem dependia para comer e beber, pois sofria gravemente de gota, ele usou de seus conhecimentos na astronomia e previu um elclípse lunar. O evento ajudaría-lhe a recuperar sua imagem de homem poderoso, um Deus, aquele que controla os céus e a lua, que para os nativos eram divindades.
Espantoso é pensar que 500 anos atrás, com suas manufaturadas e pouco precisas ferramentas, já houvesse conhecimento, domínio sobre tal fenômeno.
Os peixes têm uma linha sensorial, longitudinal, que lhes ajuda a sentir e desviar dos obstáculos, e predadores, quando se aproximam.
Os morcegos, mamíferos como nós, têm uma espécie de sonar que recebe de volta uma onda de som emitida por ele mesmo de forma a calcular a dimensão espacial onde se encontra, pois vocês sabem, eles são cegos como… morcegos!
É claro que Colombo não usou de nenhum ‘radar’ natural para saber que haveria um eclipse lunar a tal hora de certo dia. Mas é fato que antes do acontecimento, ele fora observado, ele fora previsto, devido a uma série de desencadeamentos, um processo.
Se na mesma classe a qual pertence o homem existem seres com poderes de percepção para além dos 5 sentidos, por que quê cada vez que um nós, quando dizemos ter sentido, intuído alguma coisa, corremos o risco de sermos taxados de esquizofrênicos?
A era da razão, do iluminismo, veio a aniquilar com nossa ‘linha sensorial’, com os nossos ‘receptores de ondas’ provenientes do meio.
Um acontecimento nunca está isolado. Se pensarmos num copo que, por exemplo, caiu e quebrou, poderemos analisar o contexto sobre onde ele estava e o que causou sua queda. Daí, logo poderíamos concluir que se um anterior movimento ‘x’ tivesse sido evitado, o copo ainda estaria inteiro.
Se o copo estiver em cima de um móvel, perto de uma janela aberta, coberta por uma cortina e começar a ventar, logo é de se concluir que o vento pode abanar a cortina, bater no copo e derruba-lo. E isso é raciocínio lógico, pois temos todos os dados, o entendimento necessários para desenvolver esta trajetória e a isso Kant chamava de razão.
Mas quando nos faltam os dados necessários, catalogados, estaremos mesmo a mercê da cegueira perceptiva? Se eu sou uma criança de 3 anos e ainda não sei, não experiencei ou não me disseram que o tecido de uma cortina sofre ondulações quando exposto ao vento, terá o copo chance a minha frente?
A razão é um dos mistérios, apesar de já postulado, mais impressionantes em decorrência no cérebro (ao menos acreditamos que seja aí que tudo acontece). Ela e o entendimento trabalham unidos, em sociedade e muitos seguimentos lógicos de acontecimentos podem ser previstos através desta parceria.
A intuição é a razão do meio, do universo. É o campo de futebol onde decorre uma partida, é a tela onde por cima um pincel espalha a tinta em formas.
Acredito que todos temos receptores destas ondas, intuitivas. Acredito que todos captam os seguimentos de coisas que vão ocorrendo por consequência de algo, causando nova ação na sua decorrência, como por exemplo, a movimentação astral que culmina num eclipse lunar.
Na minha opinião, a necessidade de organização da mente humana, responsável por onde seguiu a evolução de nossa raça, acaba por aprisionar as pessoas que exercitam, e veneram, o raciocínio, pois, talvez, seja quase como se elas desenvolvessem seu próprio sistema de intuição e, viciadas nele, acabam por negar ou ignorar o canal com o meio.
Mas isso é fruto de cultura, social e religiosa. Estas decisões, estes comportamentos em ativar ou desativar a intuição estão associados, ao meu ver, com limites morais e de credo de cada um, pois não há o que negar: estamos inseridos num meio, estamos à frente e rodeados por trajetórias de inúmeros acontecimentos que estão começando, estão decorrendo e ou terminando.
Os 5 sentidos não percebem esta movimentação quântica ao nosso redor. Os 5 sentidos não percebem este tipo de energia na qual estamos embrenhados, mas por falar nisso, não vos parece isso tudo muito lógico?
Uma boa semana a todos.
Eduardo Divério.
Em 1504, no retorno de sua quarta e última expedição, depois de ter falhado em encontrar o caminho marítimo oeste para a China, Cristóvão Colombo naufragou junto a Jamaica, onde permaneceu muitos meses até ser finalmente resgatado, retornado após anos de proibição real a Isabela, lugar que ele mesmo ajudou a fundar.
Enquanto estava na Jamaica, numa fase pouco popular entre os locais, de quem dependia para comer e beber, pois sofria gravemente de gota, ele usou de seus conhecimentos na astronomia e previu um elclípse lunar. O evento ajudaría-lhe a recuperar sua imagem de homem poderoso, um Deus, aquele que controla os céus e a lua, que para os nativos eram divindades.
Espantoso é pensar que 500 anos atrás, com suas manufaturadas e pouco precisas ferramentas, já houvesse conhecimento, domínio sobre tal fenômeno.
Os peixes têm uma linha sensorial, longitudinal, que lhes ajuda a sentir e desviar dos obstáculos, e predadores, quando se aproximam.
Os morcegos, mamíferos como nós, têm uma espécie de sonar que recebe de volta uma onda de som emitida por ele mesmo de forma a calcular a dimensão espacial onde se encontra, pois vocês sabem, eles são cegos como… morcegos!
É claro que Colombo não usou de nenhum ‘radar’ natural para saber que haveria um eclipse lunar a tal hora de certo dia. Mas é fato que antes do acontecimento, ele fora observado, ele fora previsto, devido a uma série de desencadeamentos, um processo.
Se na mesma classe a qual pertence o homem existem seres com poderes de percepção para além dos 5 sentidos, por que quê cada vez que um nós, quando dizemos ter sentido, intuído alguma coisa, corremos o risco de sermos taxados de esquizofrênicos?
A era da razão, do iluminismo, veio a aniquilar com nossa ‘linha sensorial’, com os nossos ‘receptores de ondas’ provenientes do meio.
Um acontecimento nunca está isolado. Se pensarmos num copo que, por exemplo, caiu e quebrou, poderemos analisar o contexto sobre onde ele estava e o que causou sua queda. Daí, logo poderíamos concluir que se um anterior movimento ‘x’ tivesse sido evitado, o copo ainda estaria inteiro.
Se o copo estiver em cima de um móvel, perto de uma janela aberta, coberta por uma cortina e começar a ventar, logo é de se concluir que o vento pode abanar a cortina, bater no copo e derruba-lo. E isso é raciocínio lógico, pois temos todos os dados, o entendimento necessários para desenvolver esta trajetória e a isso Kant chamava de razão.
Mas quando nos faltam os dados necessários, catalogados, estaremos mesmo a mercê da cegueira perceptiva? Se eu sou uma criança de 3 anos e ainda não sei, não experiencei ou não me disseram que o tecido de uma cortina sofre ondulações quando exposto ao vento, terá o copo chance a minha frente?
A razão é um dos mistérios, apesar de já postulado, mais impressionantes em decorrência no cérebro (ao menos acreditamos que seja aí que tudo acontece). Ela e o entendimento trabalham unidos, em sociedade e muitos seguimentos lógicos de acontecimentos podem ser previstos através desta parceria.
A intuição é a razão do meio, do universo. É o campo de futebol onde decorre uma partida, é a tela onde por cima um pincel espalha a tinta em formas.
Acredito que todos temos receptores destas ondas, intuitivas. Acredito que todos captam os seguimentos de coisas que vão ocorrendo por consequência de algo, causando nova ação na sua decorrência, como por exemplo, a movimentação astral que culmina num eclipse lunar.
Na minha opinião, a necessidade de organização da mente humana, responsável por onde seguiu a evolução de nossa raça, acaba por aprisionar as pessoas que exercitam, e veneram, o raciocínio, pois, talvez, seja quase como se elas desenvolvessem seu próprio sistema de intuição e, viciadas nele, acabam por negar ou ignorar o canal com o meio.
Mas isso é fruto de cultura, social e religiosa. Estas decisões, estes comportamentos em ativar ou desativar a intuição estão associados, ao meu ver, com limites morais e de credo de cada um, pois não há o que negar: estamos inseridos num meio, estamos à frente e rodeados por trajetórias de inúmeros acontecimentos que estão começando, estão decorrendo e ou terminando.
Os 5 sentidos não percebem esta movimentação quântica ao nosso redor. Os 5 sentidos não percebem este tipo de energia na qual estamos embrenhados, mas por falar nisso, não vos parece isso tudo muito lógico?
Uma boa semana a todos.
Eduardo Divério.