quarta-feira, outubro 14, 2009

 

O video da Maitê Proença.

Psicologicamente, quando sentimos, sabemos, ter vantagem sobre alguém, sobre alguma situação, não dedicamos muita atenção a ela, a isso. Não somos afetados por esta presença, pronto. Por outro lado, quando existe alguma sensação de ameaça, de comparação ou desdenho, quero dizer, quando somos afetados pela realidade de um objeto, isso revela mais de nós do que do objeto em si.

Está a maior polêmica por causa do vídeo que a Atriz maitê Proença gravou aqui em Portugal onde ela finaliza-o cuspindo numa fonte.

O vídeo não se trata de nenhum programa cultural e na verdade nem bem se sabe na sequência do quê ele foi exibido, mas foi para o programa ‘Saia Justa’ que tem um propósito distinto, concebido para um grupo distinto dentro dos 200 milhões de pessoas no Brasil.

Para além de fazer os comentários exaltando as piadas de português, que de fato se contam por lá, ela visitou os Jerônimos e a fábrica dos pastéis de Belém sem ter tripudiado em nada. Para mim, a cuspidela final era ela a imitar o próprio design da fonte. Não teve gesto, expressão, nenhum sinal de desdenho ou nojo, foi mesmo uma tentativa de fazer graça.

Acho que é importante considerar que Portugal não tem no Brasil o memso impacto que o Brasil tem em Portugal. O Brasil declarou indepência e a fila andou! Portugal é, quando muito, associado à caravelas, pastel de nata, literatura do século 19, Amália Rodrigues, Roberto Leal e pouco mais! E não por desdenho, mas por não ter o que chame a atenção. Com execção do Cristiano Ronaldo.

Ninguém lá tem obrigação de saber mais sobre Sintra do que Norwish na Inglaetrra ou Roskinde na Dinamarca!

O Brasil é, atualmente, um país de idêntidade própria, colonizado por muito mais outras culturas para além da portuguesa, fato que os portugueses ignoraram. Mais, o Brasil é dono do mercado de escrita, música, TV e cinema em língua portuguesa e isso confere-lhe o espaço de ter um porgrama como o ‘Saia Justa’, para uma gama de pessoas ‘X’ assisti-lo, por acaso está pacotes de canais privados de televisão a cabo.

Pessoalmente, achei o vídeo pobre e concordo ter existido uma egodistonia nacionalista da Maitê, mas longe de causar o drama e as ínumeras críticas pesadas que se lêm por blogs, chats e jornais online no momento.

Penso que isso veio revelar – para mim provar – o que realmente vai na cabeça desta gente em realação aos imigrantes e nomeadamente aos brasileiros. E agora sobre falsos pretextos, surge esta cartarse de um grupo que não sabe fazer mais nada senão olhar para o próprio umbigo.

Realmente é tudo uma questão de perspectiva. Por força de argumento, uma fonte toda cagada de pombo, e que ninguém sabe ao certo onde está, virou monumento nacional. Um rosto conhecidíssimo da televisão cospe ao lado de um rosto de pedra de onde sai água constantemente de sua boa e isso vira desprezo e os brasilieros, todos, são ignorantes, porcos e sem educação com nada de cérebro.

Mas faz parte deste jogo nacionalista que uma nação faz com outra. Por exemplo, pesquisas pagas pela união européia revelam que Portugal é o país com a pior higiéne oral da Europa e onde as pessoas mais escarram pelas calçadas; sem falar do que fedem a suor e das mulheres que têm a lata de andar 2, 3 dias com os cabelos encebados! Não entendo como uma cuspoidinha quase seca pode ofender tanto um povo que dribla as escarradas alheias pelas ruas!

Em, Luxemburgo, um português é associado diretamente a empregado doméstico.

Na Inglaterra, cruzamos a M6 de Milton Keys à Manchester e só quem lava as retretes das aáeas de serviço são os portugueses.

No Brasil, português é o padeiro, o açogueiro e a Dona Maria da esquina, gorda, burra, de bigode e analfabeta - como ainda era 40% da população local a menos de 20anos.

Mas claro que uma nação inteira não deve ser tripudiada por causa de uma meia-dúzia de emigrantes, não é?

Então, por isso, eu entendo que este grupo que anda aí, fazendo muito barulho por nada, diga o que têm dito, de forma tão leviana e infundada.

Tenham todos um bom dia,

Eduardo Divério.


This page is powered by Blogger. Isn't yours?