terça-feira, março 22, 2011
Sardinhas? Mas quem diria…
Todos os anos entre Maio e Julho, por um período de 7 à 8 semanas, apesar de não se saber quando exactamente, as sardinhas escapam do Inverno meridional em direcção às tropicais águas da África onde acasalarão. Acredita-se que a temperatura da água seja o factor decisivo desta viagem. As que não embarcarem, serão enviadas para ‘participarem’ da noite de Santo António em Lisboa.
Não é só o facto delas saberem o caminho intercontinental para a África que me impressiona - cada vez que eu saio do metro em Leceister Square não sei para que lado fica o Soho – mas tudo e todos que estão à espera desta corrida.
Á postos, já em África, por esta mesma altura, chegaram os pelicanos. Aparentemente, para eles, não se trata apenas de férias exóticas e sim de um grande banquete, mais que isso, suas existências durante os próximos meses dependerão da quantidade de sardinhas que, literalmente, lhes forem para o papo!
Mas se eu já achava incrível que as sardinhas tenham um natural GPS, o que dizer dos pelicanos? Mas correu algum tipo de boletim oficial em ’pelicanês’ promovendo a abertura da época da sardinha com um mapa marcando o local do evento? Um pelicano estava passando por acaso, viu o cardume e chamou por um amigo e tudo virou uma grande festa?
Isso não acaba aqui. Os pelicanos descem em vôos à 60 km/h e mergulham até 10 metros para alcançar sua pesca. Ora, então por que as sardinhas não vão mais para o fundo? Porque golfinhos também precisam se alimentar e entre as aptidões aquáticas destes mamíferos e a pontaria de um pelicano desgovernado, as sardinhas preferem arriscarem-se pela superfície, dificultando a vida aos golfinhos.
Mas o tal boletim parece, afinal, ser traduzido em muitos outros idiomas, pois neste rastro, atrás das sardinhas, ainda seguem baleias, leões-marinhos, tubarões…
É orquestricamente, coreograficamente majestoso perceber o movimento de vida no planeta. Mesmo o das plantas que recolhem-se, protegem-se dos longos Invernos, das baixas temperaturas, enquanto que nós insistimos em viver ao pé de vulcões ou sobre falhas declaradamente sísmicas.
Existe toda uma harmonia sensorial entre os seres vivos. É magnífico pensar que um bando de animais, com o cérebro do tamanho de uma ervilha, saibam onde estar, para onde ir e ainda mais fabuloso, ao que vão. Radares, sonares, detectores de temperatura, de cheiros, todos dentro de um ciclo, todos sem consciência, mas todos muito bem avisados.
Como será viver sem consciência… sim, está bem, eu já li entrevistas com Paris Hilton mas, ter um objectivo sem pensá-lo, ter um destino sem conhecê-lo e fazer uma viagem sem ser desviado (com excepção de golfinhos, baleias e pelicanos) parece-me irascível demais, contudo existe.
Enfim, eu é que ando inspirado pelo início da Primavera. De mais à mais, depois do iluminismo, o que quer que fuja os 5 sentidos básicos é esquizofrenia, por isso, cuidado com as forças ocultas inexplicáveis, ou irascíveis…
Uma boa Primavera à todos.
Eduardo Divério.
Todos os anos entre Maio e Julho, por um período de 7 à 8 semanas, apesar de não se saber quando exactamente, as sardinhas escapam do Inverno meridional em direcção às tropicais águas da África onde acasalarão. Acredita-se que a temperatura da água seja o factor decisivo desta viagem. As que não embarcarem, serão enviadas para ‘participarem’ da noite de Santo António em Lisboa.
Não é só o facto delas saberem o caminho intercontinental para a África que me impressiona - cada vez que eu saio do metro em Leceister Square não sei para que lado fica o Soho – mas tudo e todos que estão à espera desta corrida.
Á postos, já em África, por esta mesma altura, chegaram os pelicanos. Aparentemente, para eles, não se trata apenas de férias exóticas e sim de um grande banquete, mais que isso, suas existências durante os próximos meses dependerão da quantidade de sardinhas que, literalmente, lhes forem para o papo!
Mas se eu já achava incrível que as sardinhas tenham um natural GPS, o que dizer dos pelicanos? Mas correu algum tipo de boletim oficial em ’pelicanês’ promovendo a abertura da época da sardinha com um mapa marcando o local do evento? Um pelicano estava passando por acaso, viu o cardume e chamou por um amigo e tudo virou uma grande festa?
Isso não acaba aqui. Os pelicanos descem em vôos à 60 km/h e mergulham até 10 metros para alcançar sua pesca. Ora, então por que as sardinhas não vão mais para o fundo? Porque golfinhos também precisam se alimentar e entre as aptidões aquáticas destes mamíferos e a pontaria de um pelicano desgovernado, as sardinhas preferem arriscarem-se pela superfície, dificultando a vida aos golfinhos.
Mas o tal boletim parece, afinal, ser traduzido em muitos outros idiomas, pois neste rastro, atrás das sardinhas, ainda seguem baleias, leões-marinhos, tubarões…
É orquestricamente, coreograficamente majestoso perceber o movimento de vida no planeta. Mesmo o das plantas que recolhem-se, protegem-se dos longos Invernos, das baixas temperaturas, enquanto que nós insistimos em viver ao pé de vulcões ou sobre falhas declaradamente sísmicas.
Existe toda uma harmonia sensorial entre os seres vivos. É magnífico pensar que um bando de animais, com o cérebro do tamanho de uma ervilha, saibam onde estar, para onde ir e ainda mais fabuloso, ao que vão. Radares, sonares, detectores de temperatura, de cheiros, todos dentro de um ciclo, todos sem consciência, mas todos muito bem avisados.
Como será viver sem consciência… sim, está bem, eu já li entrevistas com Paris Hilton mas, ter um objectivo sem pensá-lo, ter um destino sem conhecê-lo e fazer uma viagem sem ser desviado (com excepção de golfinhos, baleias e pelicanos) parece-me irascível demais, contudo existe.
Enfim, eu é que ando inspirado pelo início da Primavera. De mais à mais, depois do iluminismo, o que quer que fuja os 5 sentidos básicos é esquizofrenia, por isso, cuidado com as forças ocultas inexplicáveis, ou irascíveis…
Uma boa Primavera à todos.
Eduardo Divério.
Marcadores: esquizofrenia, sardinhas