quarta-feira, julho 12, 2006
Dilemas de Sangue
Durante nossa vida, desempenhamos diversos papéis. Começamos por ser filhos, eventualmente somos irmãos, sobrinhos, afilhados, tios, pais, cunhados e até avós. Contudo, apesar de todos estes papéis serem facilmente identificados, parece existir alguns “jogos” psicológicos que nos fazem viver papéis que não condizem com nossos predicados.
Quantos de nós vivem desempenhando múltiplos papéis? Bem, a um certo ponto de nossas vidas, numa forma natural, e ainda facilmente identificável, podemos ser filho, neto, pai e irmão, por exemplo. Mas qual o significado quando alguns papéis parecem invertidos ou simplesmente fora de lugar?
Parece que andamos mergulhados sob uma onda, em que assumir papéis invertidos conquistou um tamanho status de “fazer o quê? Assim é a vida”, que reafirmamos estes comportamentos, postulamos este meio de viver.
Emocionalmente, quantos de nós vive privado do absoluto exercício de seu papel?
Se eu sou apenas filho, devo ser pai ou ser responsabilizado como tal, mesmo sem o ser?
A resposta é óbvia, mas se eu marcar minha posição, as consquências serão de meu agrado? A teia não tem fim e somos tão vítimas quanto contraventores. Crescemos num emaranhado, num turbilhão de emoções que nos carregam pela vida sem que as percebamos, ou pior, sem que a queiramos perceber.
Não há dúvida que os laços da família são os dos mais fortes que se conhecem. Nos impedem de arriscar uma change no estrangeiro; nos impedem de viver um momento no seu máximo, devido as saudades e a dor de uma ausência e até nos fazem sentir ter deixado alguém para trás sem suporte. Mas será isso saudável? Não creio.
Temos pessoas nas nossas famílias que, num momento de extrema lucidez, numa crise de racionalidade, percemos que elas jamais seriam escolhidas para nossas amigas sequer! Porém, por mais diferentes que sejam e por mais “erradas” que nos pareçam, existe um forte campo magnético que nos mantém unidos a elas. Podemos até brigar, nos afastar e sentir alívio deste não convívio, mas no fundo, a saudade chora.
Então, não me resta saída senão ir atrás destes laços. Afinal, que laços são esses??
Eu diria que basecamente é amor. Crescemos juntos em família, cheios de momentos bons e atolado de momentos ruins, mas juntos! Conhecendo-se, esperando, perdoando, esquecendo e recebendo. Um verdadeiro exercício de paciêcia e perseverança. Esta atmosfera refletir-se-á nas nossas relações futuras, pois como é óbvio, nos educamos a amar em família e parece ficarmos modulados a isso, adestrados em um meio por onde se vive o amor.
Mas Caim matou Abel, logo o amor não parece segurar tudo tão bem como deveria. Talvez, apenas talvez, Caim sentisse um desespero por ser notado ou amado por Adão, ou Eva, ou pelos dois, e não querendo correr o risco de se rebelar contra eles nessa reinvidicancia, temendo os perder de vez, canalizou sua ira para o irmão talentoso, Abel, que tornou-se o impecílio de sua felicidade. O resto é lenda.
Vivemos a nossa vida, ano a seguir ano, entregues as artimanhas psicológicas de nosso ser. Pena isso ainda não ser tema obrigatório em escolas. Somos emocionalmente chantageados, chantageamos, ignoramos e somos ignorados. Dizemos coisas que sequer temos a noção que terá magoado alguém de forma profunda, como ouvimos algo traumático ao qual poderemos esperar a vida inteira por um perdão, sem que este sequer saiba que deveria ser proferido.
Isso, faz-nos viver papéis que não são os nossos. Por isso, temos aquelas coisas entaladas por dizer aos nossos pais, por isso temos irmãos nos culpando por sequelas de comportamentos, por isso nos ficamos onde sentíamso alívio, segurança e por isso vivemos em desarmonia e desequilíbrio numa fase aldulta.
Tenho uma dupla de amigos que outrora foram casados e acabaram por se divorciar. Anos depois, numa festa, de uns remotos amigos em comum, encontraram-se e deixaram-se levar por lembranças que os conduziram por boas gargalhadas e sem que dessem por este tema específico, estavam a falar dos sentimentos e das espectativas, das razões que os conduziram ao divórcio. Ora, como suas vidas estavam refeitas e eles já eram “outras pessoas”, permitiram-se conversar do passado, sobre o prisma de do presente e no final da conversa, contou-me ela, a sensação era que uma limpeza havia sido feita e que agora, eles tinham apenas as lembranças e sensações do que de melhor viveram juntos.
Assim, acho que devemos olhar para nós a procura dos papéis que andamos a desempenhar, e com amor, sendibilidade e equilíbrio, exercitar a acertividade de se dar a César, o que é de César. De pedir e dar perdão. Pois relacionar-se é fundamental, prazerozo, mas muito difícil.
Tenham um bom dia.
Eduardo Divério.
Durante nossa vida, desempenhamos diversos papéis. Começamos por ser filhos, eventualmente somos irmãos, sobrinhos, afilhados, tios, pais, cunhados e até avós. Contudo, apesar de todos estes papéis serem facilmente identificados, parece existir alguns “jogos” psicológicos que nos fazem viver papéis que não condizem com nossos predicados.
Quantos de nós vivem desempenhando múltiplos papéis? Bem, a um certo ponto de nossas vidas, numa forma natural, e ainda facilmente identificável, podemos ser filho, neto, pai e irmão, por exemplo. Mas qual o significado quando alguns papéis parecem invertidos ou simplesmente fora de lugar?
Parece que andamos mergulhados sob uma onda, em que assumir papéis invertidos conquistou um tamanho status de “fazer o quê? Assim é a vida”, que reafirmamos estes comportamentos, postulamos este meio de viver.
Emocionalmente, quantos de nós vive privado do absoluto exercício de seu papel?
Se eu sou apenas filho, devo ser pai ou ser responsabilizado como tal, mesmo sem o ser?
A resposta é óbvia, mas se eu marcar minha posição, as consquências serão de meu agrado? A teia não tem fim e somos tão vítimas quanto contraventores. Crescemos num emaranhado, num turbilhão de emoções que nos carregam pela vida sem que as percebamos, ou pior, sem que a queiramos perceber.
Não há dúvida que os laços da família são os dos mais fortes que se conhecem. Nos impedem de arriscar uma change no estrangeiro; nos impedem de viver um momento no seu máximo, devido as saudades e a dor de uma ausência e até nos fazem sentir ter deixado alguém para trás sem suporte. Mas será isso saudável? Não creio.
Temos pessoas nas nossas famílias que, num momento de extrema lucidez, numa crise de racionalidade, percemos que elas jamais seriam escolhidas para nossas amigas sequer! Porém, por mais diferentes que sejam e por mais “erradas” que nos pareçam, existe um forte campo magnético que nos mantém unidos a elas. Podemos até brigar, nos afastar e sentir alívio deste não convívio, mas no fundo, a saudade chora.
Então, não me resta saída senão ir atrás destes laços. Afinal, que laços são esses??
Eu diria que basecamente é amor. Crescemos juntos em família, cheios de momentos bons e atolado de momentos ruins, mas juntos! Conhecendo-se, esperando, perdoando, esquecendo e recebendo. Um verdadeiro exercício de paciêcia e perseverança. Esta atmosfera refletir-se-á nas nossas relações futuras, pois como é óbvio, nos educamos a amar em família e parece ficarmos modulados a isso, adestrados em um meio por onde se vive o amor.
Mas Caim matou Abel, logo o amor não parece segurar tudo tão bem como deveria. Talvez, apenas talvez, Caim sentisse um desespero por ser notado ou amado por Adão, ou Eva, ou pelos dois, e não querendo correr o risco de se rebelar contra eles nessa reinvidicancia, temendo os perder de vez, canalizou sua ira para o irmão talentoso, Abel, que tornou-se o impecílio de sua felicidade. O resto é lenda.
Vivemos a nossa vida, ano a seguir ano, entregues as artimanhas psicológicas de nosso ser. Pena isso ainda não ser tema obrigatório em escolas. Somos emocionalmente chantageados, chantageamos, ignoramos e somos ignorados. Dizemos coisas que sequer temos a noção que terá magoado alguém de forma profunda, como ouvimos algo traumático ao qual poderemos esperar a vida inteira por um perdão, sem que este sequer saiba que deveria ser proferido.
Isso, faz-nos viver papéis que não são os nossos. Por isso, temos aquelas coisas entaladas por dizer aos nossos pais, por isso temos irmãos nos culpando por sequelas de comportamentos, por isso nos ficamos onde sentíamso alívio, segurança e por isso vivemos em desarmonia e desequilíbrio numa fase aldulta.
Tenho uma dupla de amigos que outrora foram casados e acabaram por se divorciar. Anos depois, numa festa, de uns remotos amigos em comum, encontraram-se e deixaram-se levar por lembranças que os conduziram por boas gargalhadas e sem que dessem por este tema específico, estavam a falar dos sentimentos e das espectativas, das razões que os conduziram ao divórcio. Ora, como suas vidas estavam refeitas e eles já eram “outras pessoas”, permitiram-se conversar do passado, sobre o prisma de do presente e no final da conversa, contou-me ela, a sensação era que uma limpeza havia sido feita e que agora, eles tinham apenas as lembranças e sensações do que de melhor viveram juntos.
Assim, acho que devemos olhar para nós a procura dos papéis que andamos a desempenhar, e com amor, sendibilidade e equilíbrio, exercitar a acertividade de se dar a César, o que é de César. De pedir e dar perdão. Pois relacionar-se é fundamental, prazerozo, mas muito difícil.
Tenham um bom dia.
Eduardo Divério.