domingo, agosto 27, 2006

 
Amigos são os dentes e ainda assim, eles mordem

Eu ouvi isso na adolescência pela primeira vez, quado minha mãe notou meu súbito maior interesse pelos meus amigos do que pela a minha família. Claro que isso era passageiro e típico de uma época. Hoje ela e eu sabemso isso.

Contudo, ao fim de tando anos de experiência e com uma lista infindável de pessoas que conheci, as quais muitas delas nem sei onde andam, questiono-me sobre este processo, sobre como nos tornamos amigos de alguém. Em que ponto uma pessoa ‘X’ ganha nossa confiança e o direito de abrir a porta da geladeira de nossa casa sem pedir.

Eu ainda afirmo que um dos meus mais preciosos bens, na vida, são meus amigos. Sempre foram. Talvez, como qualquer bem ao qual queremos cuidar, zelar ou proteger, por vezes acaba nos custando um pouco mais. A sucessão destas sensações podem nos deixar marcas não muito positivas e nos fazer errar com amizades futuras.

Conhecemos alguém. Neste momento, neste período, uma linha de afinidades traçarão uma teia que culminará num relacioanamento, numa sensação de se estar acompanhado e de se ser entendido. O próprio romantismo exarcebado de nossa cultura facilita para que associemos esta pessoa a um achado de valor sem tamanho. Mas pensemos. As pessoas tem um historial, um passado, fazem planos e fatalmente sentem a vida de uma forma diferente umas das outras. Parece-me natural, que a um dado ponto, o que um epera da vida se divirja um pouco do que outro espera. Sejamos realistas em assumir que as pessoas têm formas e “artimanhas” distintas para aguentarem o dia-a-dia sem enloquecerem e muitos destes comportamentos, podem se tornar insustentáveis para quem esta perto.

O respeito e o não sentimento de posse são sempre coisas boas para ajudar a durabilidade de uma relação, tenha ela sexo ou não, planos de envelhecimento ou não. Contudo, se se torna vital para um amigo meu, assumir uma nova postura de vida e esta está me atropleando, então, devo me posicionar. Pois de fato, só aguentamos atrocidades e desatinos, de família, a quem amamos aos tapas e, e, e olhe lá.

É claro que há uma gama enorme de esferas de amizades e nem todos são do tipo decepcionável. Temos amigos de barzinho, aqueles que são só para tomar cerveja; amigos de piada, aqueles que sempre nos fazem rir mas não tem muito mais a trocar; aqueles que vão jantar em nossa casa; aqueles que vão jantar e ficam jogando war no tapete da sala até alta hora; aqueles que podemos viajar juntos e aqueles que não podemos viajar nunca. Claro que estes tipos todos podem ter múltiplas características, o que vai aumentando o nível de possíovel decepção.

Mas decepção parece-me uma palavra meio pesada, entretanto, escolhida de propósito, para poder enfatizar bem um cenário potencialmente real. Quando alguém a quem confiávamos de forma sistemática nos puxa o tapete ou nos deixa a ver navios, a dor que se advem desta roptura é tamanha, que nos marca, que nos deixa alerta. Este estado de alerta, nada tem de justo ou equilibrado para com as pessoas que conheceremos no futuro.
Eu diria que quando não concordamos com uma amigo, em none do amor, podemos tão somente respeitar sua posição. Se passamos a não concordar com este amigo com alguma frequencia, algo precisa ser revisto.

Sejamos honestos e sinceros. Sejamos equilibrados ao que toca estes relacionamentos. Tudo tem uma data de início e uma de fim. Desejamos inconcientemente que algumas coisas tenham sua validade junto a morte. Mas este desejo não deve invalidar a consciência da possibilidade de algo não dar mais o que um dia deu.

Somos responsáveis pelos rítimos que nos obrigamos a manter e viver. É verdade que mentes de pouco equilíbrio, estarão agindo em estados de ego-distonia e pondo muito a perder, mas ainda sim, parte, infeliz, do processo de cada um.

Ainda, por amor e bondade, podemos esperar. Podemos ter uma certa fé em que a pessoa há de recobrar ou adquirir o conhecimento que a mudará. Afinal, ela “até é boa pessoa”, mas lembrem-se que tudo tem uma data de validade, de expiração.

Com o orkut, eu tive a felicidade de voltar a saber de pessoas que foram figuras ativas de meu passado. Pessoas que constituem minha história, a quem eu me dediquei e tive dedicação. Feliz, espero estar vendo o surgimento de uma nova era. Tenho a consciência que não somos mais os mesmos, mas o em comum que ainda temos, inspira-me a querer conhecê-los novamente.

É preciso estamos abertos e não deixar as dores e os erros, com outros do passado, transformarem-se em trauma, em dor e alerta constante. Cada pessoa é uma pessoa e tem um estado específico, mutável, sim, é verdade. Mas a mutabilidade está no predicado do ser humano e ao contrário da família, os amigos nós sempre poderemos escolher!

Tenham uma boa semana.

Eduardo Divério.

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