segunda-feira, outubro 30, 2006
Geração “Coca-Cola” (Light, por favor…)
Lembro-me quando sair a noite era algo em que, o simples pensamamneto, era o suficiente para termos uma descarga de adrenalina no sangue e um súbito desejo em que as horas voassem, para que o final de semana chegasse mais rápido.
Não que isso tenha mudado hoje em dia. De fato, continuo vendo as pessoas anciosas por esta mesma espera. Mas de alguma forma, as coisas as quais elas anciam em fazer durante o final de semana, são diferentes daquelas as quais eu, e os da minha geração, anciavam.
Queríamos sair, bem vestidos, sempre, é verdade, e beijar muito na boca! Era fundamental todo aquele flert, aqueles jogos de sedução ou simplesmente, de “ralação”. Lembro-me que haviam conquistas que levavam várias semanas! Marcávamos uma pessoa e semana após semana, íamos alimentando aquele desejo e nos aproximando do alvo, quando não éramos nós o dito alvo.
Hoje as pessoas saem e parecem estar tão preocupadas com elas, com o seu próprio ‘eu’, que não há espaço para mais nada! Divertem-se sim, acredito, mas embriagadas na própria beleza, nos seus próprios movimentos em frente a um espelho ou até na mira de alguém, mas sem permitir, insentivar uma aproximação. Parecem apaixonadas pelo próprio bom gosto ou ainda, pelo poder em vestir e consumir marcas, pois tem todos podem sentirem-se apaixonados pela própria beleza.
As pessoas entram e cruzam-se umas pelas outras e a única coisa que sinto preocupá-las é se foram notadas. Mexem seus corpos na imitação dos seus mediáticos ídolos da MTV e fingem expressões de profundo prazer e tesão, mas niguém beija na boca de niguém!
Mas se esta geraçao, visivelmente, abriu mão de algumas “calorias” , questiono-me o resta depois? Estarão estas pessoas, num final de noite, saciadas como os da minha geração se sentiam? Que estranho prazer este, ser o objecto display de uma montra que nunca passa pelo caixa...
Não sei. Por mais que eu goste de ver minha figura, de contemplar meu estilo, não sinto que seja o suficiente para se passar uma noite. Quero conversar! Quero alguém que tente se aproximar, que pisque o olho, que te belisque discretamente na pista de dança, que te dê uma cantada, que curte receber uma e sabe o que fazer com ela, enfim, contato humano! Isso tudo agora é piegas e cafona. Bateu-me saudade dos anos oitenta...
Mas é assim, as fases e desfases que compões os padrões de uma geração. Se para eles nem Plutão é mais um planeta, o que me resta se não resignar-me aos novos tempos. Afinal, lugar de dinossauro é no museu!
Tenham uma boa semana.
Eduardo Divério.
Lembro-me quando sair a noite era algo em que, o simples pensamamneto, era o suficiente para termos uma descarga de adrenalina no sangue e um súbito desejo em que as horas voassem, para que o final de semana chegasse mais rápido.
Não que isso tenha mudado hoje em dia. De fato, continuo vendo as pessoas anciosas por esta mesma espera. Mas de alguma forma, as coisas as quais elas anciam em fazer durante o final de semana, são diferentes daquelas as quais eu, e os da minha geração, anciavam.
Queríamos sair, bem vestidos, sempre, é verdade, e beijar muito na boca! Era fundamental todo aquele flert, aqueles jogos de sedução ou simplesmente, de “ralação”. Lembro-me que haviam conquistas que levavam várias semanas! Marcávamos uma pessoa e semana após semana, íamos alimentando aquele desejo e nos aproximando do alvo, quando não éramos nós o dito alvo.
Hoje as pessoas saem e parecem estar tão preocupadas com elas, com o seu próprio ‘eu’, que não há espaço para mais nada! Divertem-se sim, acredito, mas embriagadas na própria beleza, nos seus próprios movimentos em frente a um espelho ou até na mira de alguém, mas sem permitir, insentivar uma aproximação. Parecem apaixonadas pelo próprio bom gosto ou ainda, pelo poder em vestir e consumir marcas, pois tem todos podem sentirem-se apaixonados pela própria beleza.
As pessoas entram e cruzam-se umas pelas outras e a única coisa que sinto preocupá-las é se foram notadas. Mexem seus corpos na imitação dos seus mediáticos ídolos da MTV e fingem expressões de profundo prazer e tesão, mas niguém beija na boca de niguém!
Mas se esta geraçao, visivelmente, abriu mão de algumas “calorias” , questiono-me o resta depois? Estarão estas pessoas, num final de noite, saciadas como os da minha geração se sentiam? Que estranho prazer este, ser o objecto display de uma montra que nunca passa pelo caixa...
Não sei. Por mais que eu goste de ver minha figura, de contemplar meu estilo, não sinto que seja o suficiente para se passar uma noite. Quero conversar! Quero alguém que tente se aproximar, que pisque o olho, que te belisque discretamente na pista de dança, que te dê uma cantada, que curte receber uma e sabe o que fazer com ela, enfim, contato humano! Isso tudo agora é piegas e cafona. Bateu-me saudade dos anos oitenta...
Mas é assim, as fases e desfases que compões os padrões de uma geração. Se para eles nem Plutão é mais um planeta, o que me resta se não resignar-me aos novos tempos. Afinal, lugar de dinossauro é no museu!
Tenham uma boa semana.
Eduardo Divério.
Comments:
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Realmente a noite e a forma de sair à noite tambem considero que mudou!
Vivemos num mundo de aparencias, que se fazem notar de forma mais viva na noite! Contudo, aprendi com a experiencia, que é tao facil desarmar essas criaturas da noite! No fundo, sao uma cambada de inseguros que se refugiam no visual e nas marcas para marcar presenca! Leva-os a achar-se superiores e a nao lhes permitir alguma vez dar o primeiro passo para estabelecer um contacto, estou sempre a aguardar que sejamos nós a dar o primeiro passo! O que é profundamente irritante!
A noite lisboeta é complicada nesse aspecto! Digamos a mais complicada que conheco... Onde realmente existem pessoas bem vestidas e com um bom fisico e com boa conversa, nao existem esses "pedantismos", sao seguros de si. Se alguem lhes sorri,retribuem, se alguem faz um elogio, agradecem sem ser arrogantes! Felizmente aprendi que o grupo "cool" da noite nao tem de ser uma cambada de arrogantes, totalmente desinteressante! Mas foi necessario ter deixado Portugal para isso...
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Vivemos num mundo de aparencias, que se fazem notar de forma mais viva na noite! Contudo, aprendi com a experiencia, que é tao facil desarmar essas criaturas da noite! No fundo, sao uma cambada de inseguros que se refugiam no visual e nas marcas para marcar presenca! Leva-os a achar-se superiores e a nao lhes permitir alguma vez dar o primeiro passo para estabelecer um contacto, estou sempre a aguardar que sejamos nós a dar o primeiro passo! O que é profundamente irritante!
A noite lisboeta é complicada nesse aspecto! Digamos a mais complicada que conheco... Onde realmente existem pessoas bem vestidas e com um bom fisico e com boa conversa, nao existem esses "pedantismos", sao seguros de si. Se alguem lhes sorri,retribuem, se alguem faz um elogio, agradecem sem ser arrogantes! Felizmente aprendi que o grupo "cool" da noite nao tem de ser uma cambada de arrogantes, totalmente desinteressante! Mas foi necessario ter deixado Portugal para isso...
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