terça-feira, novembro 13, 2007
…Sua Mãe Subiu no Telhado…
Eram aproximadamente 13:00 horas da Terça-feira da semana passada, quando eu saia da estação metropolitana Baixa-Chiado, pelo portão da Rua do Crucifixo. Já quase subindo o último lance das escadas rolantes, percebi uma grande agitação e haviam dois funcionários do Metro desviando as pessoas por uma única passagem. Lá em cima, paramédicos tentavam reanimar um senhor, deitado ao chão com muito sangue ao redor de seu nariz e sua boca.
Segui minha vida e fui àquilo ao que lá tinha ido fazer. Uma meia-hora depois, quando já retornava, estando eu a umas duas quadras dali, vi as luzes azuis da ambulância e um grande burburim à entrada da estação. Lembro-me de ter pensado: ‘Meu Deus! Vão esperar que o homem morra para ser levado dali?’
Passando pelo povo e já prestes a descer o condicionado caminho, avistei o corpo do senhor no mesmo sítio, com aqueles sacos mortuários de fecho corrido até acima. Levei um baque.
Por uns segundos, tive a impressão que toda a minha vida passou pelos meus olhos, como numa retrospectiva. Talvez esta sensação não esteja unicamente associada ao momento de nossa morte, conforme crença, e sim, ao encontro brusco com ela.
Comecei a pensar se ele estava ali sozinho, se tinha algo consigo que o identificasse, se haviam ligado para alguém de sua família para avisar o ocorrido e depois pensei na inesperada ligação que alguém devia ter recebido, com aterradora notícia.
Pensei nos meus pais, nos meus amigos, mesmo nos que estão longe e pensei no meu companheiro, no que ele poderia estar fazendo, em como estaria. Então ocorreu-me que no dia anterior, aquele homem deve ter falado com sua família, deve ter questionado, alimentado algum plano para o futuro e que havia ido à Baixa para realizar algo, como eu fora naquele mesmo horário.
A morte faz parte da vida e para uns chega mais cedo do que aquilo que esperávamos. É um fato que temos apenas que gerenciar, aceitar. Mas foi-me difícil não fazer uma rápida revisão de coisas que ando adiando, de decisões que ando protelando, do tempo com que ando ‘brincando’ como se este abundasse inquestionavelmente.
Ui! É bom estar vivo! Por isso é importante romper com entravas e batalharmos com decisão e vontade por aquilo que entendemos que nos vai fazer feliz. Domine seus medos e suas ansiedades, eles aproximam-nos da morte! Ligue para seus amigos, faça as devidas declarações de amor, resolva-se por aquela viagem e claro, faça muito sexo!
Uma boa semana para todos, ou assim espero…
Eduardo Divério.
Eram aproximadamente 13:00 horas da Terça-feira da semana passada, quando eu saia da estação metropolitana Baixa-Chiado, pelo portão da Rua do Crucifixo. Já quase subindo o último lance das escadas rolantes, percebi uma grande agitação e haviam dois funcionários do Metro desviando as pessoas por uma única passagem. Lá em cima, paramédicos tentavam reanimar um senhor, deitado ao chão com muito sangue ao redor de seu nariz e sua boca.
Segui minha vida e fui àquilo ao que lá tinha ido fazer. Uma meia-hora depois, quando já retornava, estando eu a umas duas quadras dali, vi as luzes azuis da ambulância e um grande burburim à entrada da estação. Lembro-me de ter pensado: ‘Meu Deus! Vão esperar que o homem morra para ser levado dali?’
Passando pelo povo e já prestes a descer o condicionado caminho, avistei o corpo do senhor no mesmo sítio, com aqueles sacos mortuários de fecho corrido até acima. Levei um baque.
Por uns segundos, tive a impressão que toda a minha vida passou pelos meus olhos, como numa retrospectiva. Talvez esta sensação não esteja unicamente associada ao momento de nossa morte, conforme crença, e sim, ao encontro brusco com ela.
Comecei a pensar se ele estava ali sozinho, se tinha algo consigo que o identificasse, se haviam ligado para alguém de sua família para avisar o ocorrido e depois pensei na inesperada ligação que alguém devia ter recebido, com aterradora notícia.
Pensei nos meus pais, nos meus amigos, mesmo nos que estão longe e pensei no meu companheiro, no que ele poderia estar fazendo, em como estaria. Então ocorreu-me que no dia anterior, aquele homem deve ter falado com sua família, deve ter questionado, alimentado algum plano para o futuro e que havia ido à Baixa para realizar algo, como eu fora naquele mesmo horário.
A morte faz parte da vida e para uns chega mais cedo do que aquilo que esperávamos. É um fato que temos apenas que gerenciar, aceitar. Mas foi-me difícil não fazer uma rápida revisão de coisas que ando adiando, de decisões que ando protelando, do tempo com que ando ‘brincando’ como se este abundasse inquestionavelmente.
Ui! É bom estar vivo! Por isso é importante romper com entravas e batalharmos com decisão e vontade por aquilo que entendemos que nos vai fazer feliz. Domine seus medos e suas ansiedades, eles aproximam-nos da morte! Ligue para seus amigos, faça as devidas declarações de amor, resolva-se por aquela viagem e claro, faça muito sexo!
Uma boa semana para todos, ou assim espero…
Eduardo Divério.