segunda-feira, novembro 19, 2007

 
Uma Salada. Sem nicotina, por favor.

Esta semana, tomado por um desespero em consumir calorias, fui almoçar a um McDonalds. Pedi meu menu, com uma coca-cola zero, claro, agarrei em minha bandeja e dirigi-me para as mesas.

Por alguns segundos eu permaneci em meio a sala, procurando um lugar onde pudesse sentar. Não que todas as mesas estivessem ocupadas, ou que faltassem acentos, é que todo o lugar onde eu poderia sentar estava coberto por uma densa nuvem de fumaça. Fumaça de cigarro.

Não tinha escolha. Então, sentei-me próximo de uma mesa onde havia apenas uma pessoa fumando. Olhando à volta, chamou-me a atenção a percentagem relevante que segurava um cigarro entre os dedos, pior, sua faixa etária! Na maioria, não tinham mais do que 18, 19 anos. Com suas bolsas, mochilas e cadernos empilhados à volta, mais todo lixo típico causado por um lanche naquele recinto, por sobre as mesas, eles fumavam e conversavam e fumavam mais um pouco. Sem trégua, pois quando um acabava, logo outro acendia mais um.

Sendo eles estudantes, comprarão cigarros com dinheiro de suas mesadas? Roubam-lhes aos seus pais ou omitem deles e fumam o famoso ‘se me dão’? Bem, isso, apesar de constituir um outro tema para mim, parece caminhar para um breve desfecho. Não que eu esteja seguro que este seja satisfatório, mas é um facto que a partir de 1 de Janeiro próximo, será proibido fumar em locais públicos e fechados.

Mas num país onde as pessoas fumam no local de trabalho, dentro de um elevador e se reúnem no café das bombas de gasolina, enquanto fumam, qual será o impacto real desta lei?

Em Novembro de 2005, quando estive em Dublin, apesar de poucos dias, deu-se mesmo para notar o quão incômodo era a vida de alguém que ainda mantinha o seu vício pelo tabaco, pois não importando onde se esteja, se lá fora está frio, nevando ou caindo uma chuva ácida, é o único lugar onde se pode fumar.

Em Janeiro deste ano Paris seguiu os mesmos passos e um pouco mais tarde, finalmente, a Inglaterra também. Imagine, você num pub, bebendo com seus amigos, sem poder fumar. Agora imagine isso aqui, em Lisboa, onde apesar das placas pelas paredes, avisos luminosos e mesmo a gravação de uma voz humana feminina alertando ser proibido fumar em toda a rede do metro, ainda vemos um ou outro por um canto fumando, crente que está disfarçado e que ninguém se apercebeu da fumaça.

Bem, acho que não será mais tão difícil escolher um local para comer sem estar usando colírio para os olhos, ou ter as narinas bloqueadas. Contudo, estou certo que muitos problemas virão daí, principalmente com aquelas pessoas que quando são chamadaa à atenção, entram num processo defensivo de ataque e até, as vezes, violento.

Mas está chegando a hora de nos valermos de um suporte legal e por mais que ‘latam’, ‘morder’ não poderão mais! É importante que as pessoas mostrem-se incomodadas e façam valer o que é correcto, afinal, não estão classificando o tabaco como uma droga ilegal, estão apenas classificando-o, por fim, como uma droga letal e chega de passividade!

Uma boa semana para todos.

Eduardo Divério.

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