segunda-feira, fevereiro 04, 2008

 
Ensaios Capitais – A Avareza.

Avareza - do Lat. Avaritia - s. f., apego excessivo ao dinheiro; mesquinhez; sovinice.

Este pecado está sob a administração de mais um dos filhos do demônio, Mammon; um ídolo pagão que surge descrito no Novo Testamento.

A Avareza é o último pecado da lista e para mim, também, pertence ao grupo daqueles que se diluíram em significado nos dias atuais. Noutros tempos, ela caracterizava pessoas que idolatravam os seus bens materiais, o dinheiro, mais do que seu próprio Deus, desprezando emoções e valores que não pudessem ser contabilizados numa moeda forte.

Mas a Avareza não é um adjetivo que se empregue apenas a quem tenha algum dinheiro. Na verdade, o avarento pode até ser uma pessoa pobre, pois o que lhe atribui este predicado é um comportamento, uma atitude e refiro-me àquelas pessoas que deixam de participar de eventos que fortaleceriam sua vida social ou cultural apenas para poupar tostões, ou não, gerando um acumulo de dinheiro mal empregue.

É facto que nos dias de hoje é necessário algum plano back up, ter alguma segurança, pois as pessoas perdem seus empregos da noite para o dia e a escassez de trabalho parece aumentar na mesma escala em que cresce a população. No entanto, assim como a Gula ou a Luxúria, a avareza pode nos aprisionar.

O aprisionamento está mesmo em pequenos gestos, em atitudes que nos privam de gozar um momento em sua plenitude, que nos afastam de uma evolução, de um crescimento como pessoas, como parte integrante do universo.

Dinheiro é sempre um assunto complicado. Por causa dele amizades se rompem, casamentos se desfazem e pessoas morrem. Mas também sonhos se realizam, amigos são ajudados, pessoas são salvas e um monte de outras coisas positivas tornam-se possíveis. Não é uma questão que possamos tratar com leviandade, ignorando o quão isso está inserido em nossa cultura, nas sociedades.

Mas não ser avarento é algo que podemos por sob policiamento, é mais um dos comportamento que devemos submeter aos julgamentos de equilíbrio, de forma a garantirmos que não teremos entraves no nosso crescimento e não só, mesmo que crescer ou evoluir não seja uma meta, mas garantir então qualidade de vida durante cada minuto que se vive. Mesmo porque, não se levam bens para além do caixão…

Uma boa semana sem poupar na vontade de vê-los realizados.

Eduardo Divério.

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