segunda-feira, janeiro 05, 2009
Público
Público relativo, ou pertencente ou destinado ao povo, à coletividade: opinião pública; bem-estar público; movimento público.
Lembro-me de nos tempos de escola, recebermos educação em como nos comportar em determinados lugares. Havia os Concertos para a Juventude na OSPA e íamos em turma, levados pela escola, mas não antes de recebermos orientação de como entrar, sair, se locomover e, mais importante, como permanecer lá durante o evento.
Minha mãe, apenas com um olhar, impedia-nos, a mim e a meus irmãos, de andar correndo por entre as mesas num restaurante e não nos deixava falar alto, aliás, de preferência era bom que não falássemos em público, pois ninguém deveria participar de nossos assuntos, assim como ninguém deveria ser obrigado a fazer sua viagem ouvindo os nossos assuntos, de interesse apenas para nós.
Contudo, nem duas décadas deste período havia passado e começou-se a ouvir rompantes afirmações sobre o direito de fazer o que se quer em público, como se as pessoas estivessem desenvolvendo uma estranha sociedade, como se adquirissem ações que as fizessem donas de um tempo e espaço, simplesmente por estarem ali.
Pois este movimento cresceu e hoje deparamo-nos com um caótico cenário onde estar num espaço público, com o público, é submeter-se as mais diversas provas e ofensas possíveis.
As pessoas são capazes de fazer uma viagem inteira, dentro de um ônibus, barco ou trem, a rodar a lista inteira de toques possíveis de seus celulares, a escolha de um que lhes agrade, como se estivessem sozinhas em seus quartos. Conversam em voz alta como se estivessem na sala de suas casas; falam ao telefone por longo períodos sem se importarem que outros ouçam. Tomam lugar nos transportes público e ocupam os lugares adjacentes com suas sacolas, bolsas e até seus pés, na expectativa de manter longe delas outras pessoas que possam se aproximar, imaginem vocês, daquele espaço PÚBLICO!! E se pedirmos licença, elas ainda rolam os olhos, bufam ou torcem a boca, porque estamos desacomodando a dita beldade!
Gente, espaço público, por ser de todos, exige ao indivíduo manter um elevado grau de ‘low profile’, de forma que se respeite o espaço do outro. Alguma vez, depois de um longo dia de trabalho, eu quero ouvir a música R&B de alguém? Que está de fone nos ouvidos, ainda por cima, mas num volume ridículo??
É de uma total falta de civismo e fragiliza de mais os laços sociais e o caráter da identidade local de um povo. Ninguém tem o direito de impor a sua presença, os seus gostos, as suas preferências aos outros, mais ainda se lhes são estranhos.
Este comportamento exercita raiva nos outros, cansaço, desânimo, mau exemplo aos menores e não dignifica em nada a qualidade de vida de um indivíduo. Sermos ecológicos, pensarmos na natureza, não é apenas separar plástico de latão, mas também olhar para nós, seres humanos, peças integrantes de uma única realidade, maior.
Então que 2009 seja um ano onde passemos a ajudar a natureza, nossa natureza, externa e interna e a comum, para que aí sim, se reflita a verdadeira qualidade individual. Num espaço público ou não.
Os meus melhores votos de felicidade a todos para o ano novo.
Eduardo Divério.
Público relativo, ou pertencente ou destinado ao povo, à coletividade: opinião pública; bem-estar público; movimento público.
Lembro-me de nos tempos de escola, recebermos educação em como nos comportar em determinados lugares. Havia os Concertos para a Juventude na OSPA e íamos em turma, levados pela escola, mas não antes de recebermos orientação de como entrar, sair, se locomover e, mais importante, como permanecer lá durante o evento.
Minha mãe, apenas com um olhar, impedia-nos, a mim e a meus irmãos, de andar correndo por entre as mesas num restaurante e não nos deixava falar alto, aliás, de preferência era bom que não falássemos em público, pois ninguém deveria participar de nossos assuntos, assim como ninguém deveria ser obrigado a fazer sua viagem ouvindo os nossos assuntos, de interesse apenas para nós.
Contudo, nem duas décadas deste período havia passado e começou-se a ouvir rompantes afirmações sobre o direito de fazer o que se quer em público, como se as pessoas estivessem desenvolvendo uma estranha sociedade, como se adquirissem ações que as fizessem donas de um tempo e espaço, simplesmente por estarem ali.
Pois este movimento cresceu e hoje deparamo-nos com um caótico cenário onde estar num espaço público, com o público, é submeter-se as mais diversas provas e ofensas possíveis.
As pessoas são capazes de fazer uma viagem inteira, dentro de um ônibus, barco ou trem, a rodar a lista inteira de toques possíveis de seus celulares, a escolha de um que lhes agrade, como se estivessem sozinhas em seus quartos. Conversam em voz alta como se estivessem na sala de suas casas; falam ao telefone por longo períodos sem se importarem que outros ouçam. Tomam lugar nos transportes público e ocupam os lugares adjacentes com suas sacolas, bolsas e até seus pés, na expectativa de manter longe delas outras pessoas que possam se aproximar, imaginem vocês, daquele espaço PÚBLICO!! E se pedirmos licença, elas ainda rolam os olhos, bufam ou torcem a boca, porque estamos desacomodando a dita beldade!
Gente, espaço público, por ser de todos, exige ao indivíduo manter um elevado grau de ‘low profile’, de forma que se respeite o espaço do outro. Alguma vez, depois de um longo dia de trabalho, eu quero ouvir a música R&B de alguém? Que está de fone nos ouvidos, ainda por cima, mas num volume ridículo??
É de uma total falta de civismo e fragiliza de mais os laços sociais e o caráter da identidade local de um povo. Ninguém tem o direito de impor a sua presença, os seus gostos, as suas preferências aos outros, mais ainda se lhes são estranhos.
Este comportamento exercita raiva nos outros, cansaço, desânimo, mau exemplo aos menores e não dignifica em nada a qualidade de vida de um indivíduo. Sermos ecológicos, pensarmos na natureza, não é apenas separar plástico de latão, mas também olhar para nós, seres humanos, peças integrantes de uma única realidade, maior.
Então que 2009 seja um ano onde passemos a ajudar a natureza, nossa natureza, externa e interna e a comum, para que aí sim, se reflita a verdadeira qualidade individual. Num espaço público ou não.
Os meus melhores votos de felicidade a todos para o ano novo.
Eduardo Divério.
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