segunda-feira, agosto 02, 2010
Idade
Umas das frases mais comuns que escuto, e refiro-me ao longo de toda a minha vida, desde quando era pequenino lá pelo paralelo 30º sul, é ‘Não tenho mais idade para isso’. Lembro-me que isso era dito com uma certa propriedade, como se a frase por si só, fosse conclusiva, justificativa do porquê não investir na execução disso ou daquilo.
E de facto parecia postular algumas regras, como se existisse tabulações do quê se podia fazer ou não, dentro da idade em que a pessoa se encontrava. Isso, principalmente, envolvia romances e actividades sociais.
O tempo passou a a mentalidade comum surgiu com o chavão que ‘a idade está na cabeça’ e pelos últimos vinte anos, as pessoas rejuveneceram imenso e com isso, nossas sociedades ganharam literalmente uma década, pois os 50 anos de uma pessoa hoje correspondem aos 40 de uma na década de noventa.
Mas ao memso tempo, o comum tende a se perder, a se confundir um pouco no que realmente está na cabeça. É facto que a cada ano estamos mais velhos. Isso biologicamente falando, significa perda de potência e enfraquecimento. Se idade está da cabeça, é justo esperar que um senhor de oitenta anos possa ganhar o primeiro lugar em cem metros rasos? Ridículo, não?
Afinal, ‘a idade está na cabeça’, parece-me, é só, para cabeças de uma certa idade. E aqui para mim, começa uma obscura permissividade acobertada pela legalidade dos pensmentos livres, talvez apenas abstratos, mas ainda livres.
Hoje, quando dizemos ‘não tenho mais idade para isso’, demove-se aquela onda de olhares e sobrancelhas arquedas, partidários da ‘do papo na cabeça’, como se estivéssemos nos entregando, desistindo de algo que nos é por direito, quase uma fraqueza e eu não poderia concordar menos com isso.
Seguir a vida, envelhecer, amadurecer, ganhar experiência, evoluir ou simplesmente aproveitar a vida, são practicamente paradoxos e apesar de poderem ser definidos em distintos predicados, convergem para o mesmo destido, o inevitável acréscimo de idade, para mim, o grande desafio de sempre.
Sentimos a mudança, nosso corpo reclama de noso rítimo, a velocidade é outra. Mais espertos, de certo, mas contudo, mais cansados também e é inevitável que, de tempos em tempos, não paremos para avaliar o que fora feito até o presente, mas principalmente, o que não que não foi feito..
Aqui, para mim, começam as confusões. O amadurecimento psicológico traz-nos mais sabedoria e com ela, a percepção de maus resultados, de más escolhas e muitas vezes, inconformados, partimos para um resgate desgastante. Nesses pontos, teremos homens e mulheres de 40 anos, por exemplo, a tentar resgatar romances e profissões, paternidade ou um pai e claro, suas juventudes, a época onde somos fortes, invencíveis e intemporais.
Um homem de 40 anos que apercebe-se não ter sido um bom pai, de seu filho que hoje tenha 17, querer recuperar sua parternidade é lícito, justo e digno. Contudo, ele não poderá estar à espera de trocar fraldas ao rapaz, querer determinar o que ele comerá ao almoço e menos ainda pô-lo em castigo por causa de baixas notas. Obviamente, sua aproximação ao assunto terá que ser diferente. Mesmo que ele sinta falta de ter seu pequenino ao colo, não é, claramente, apropriado.
O mesmo ocorrerá quando se olhar para sua vida amorosa e concluí-la instisfeita, pior ainda se houver a sensação, a percepção que isso ou aquilo não foi experienciado e o parceiro(a) surge com 15, 18 anos de diferença. Tudo sempre há de funcionar enquanto se estiver na horizontal, ou num jantar, num bar ou com amigos, mas as mesmas razões que levaram esta pessoa a perceber sua insastifação antes, cedo ou tarde, gritarão por socorro, pelas diferenças de realidades, de posses, de espectativas e de certo, de maturidade.
Há gente para tudo. Conhecemos senhoras de 50, 60 anos que ainda tratam seus filhos, já casados, como se ainda fossem meninos. Conhecemos casais com uma grande diferença de idade entre eles que parecem se complementar, mas a isso chama-se sublimação, negação. Bem, diversão também, na medida certa, mal não há de fazer, mas não pode nunca ser uma ilusão de plenitude, resposta ao desesperado resgate.
O amor, como qualquer outro sentimento e emoção, é livre e vitalício ao ser humano, convém estar em hamonia com a realidade do indivíduo.
Sem julgamentos. Vejo e entendo que exista equilíbrio, por exemplo, na relação de um homem com 35 e uma mulher de 52, apesar de não poder fechar meus olhos ao que realmente está por de trás disso. Mas como o que está por detrás de disso nem sempre interessa, mesmo porque a vida é curta, que bom que são felizes.
Concluindo, o ‘não tenho mais idade para isso’ pode não ser fraqueza, medo ou baixa auto-estima, e sim, uma real noção de qualidade de vida, de equilíbrio. Ir atrás do que nos faz falta e nos preencherá não siginfica colocarmo-nos em ciladas e situações sem sustenção, sem futuro, sem retorno, pois não importando quanto um goste de açucar, se este for diabético, esta relação não é de todo sadia.
Uma boa semana para todos.
Eduardo Divério.
Umas das frases mais comuns que escuto, e refiro-me ao longo de toda a minha vida, desde quando era pequenino lá pelo paralelo 30º sul, é ‘Não tenho mais idade para isso’. Lembro-me que isso era dito com uma certa propriedade, como se a frase por si só, fosse conclusiva, justificativa do porquê não investir na execução disso ou daquilo.
E de facto parecia postular algumas regras, como se existisse tabulações do quê se podia fazer ou não, dentro da idade em que a pessoa se encontrava. Isso, principalmente, envolvia romances e actividades sociais.
O tempo passou a a mentalidade comum surgiu com o chavão que ‘a idade está na cabeça’ e pelos últimos vinte anos, as pessoas rejuveneceram imenso e com isso, nossas sociedades ganharam literalmente uma década, pois os 50 anos de uma pessoa hoje correspondem aos 40 de uma na década de noventa.
Mas ao memso tempo, o comum tende a se perder, a se confundir um pouco no que realmente está na cabeça. É facto que a cada ano estamos mais velhos. Isso biologicamente falando, significa perda de potência e enfraquecimento. Se idade está da cabeça, é justo esperar que um senhor de oitenta anos possa ganhar o primeiro lugar em cem metros rasos? Ridículo, não?
Afinal, ‘a idade está na cabeça’, parece-me, é só, para cabeças de uma certa idade. E aqui para mim, começa uma obscura permissividade acobertada pela legalidade dos pensmentos livres, talvez apenas abstratos, mas ainda livres.
Hoje, quando dizemos ‘não tenho mais idade para isso’, demove-se aquela onda de olhares e sobrancelhas arquedas, partidários da ‘do papo na cabeça’, como se estivéssemos nos entregando, desistindo de algo que nos é por direito, quase uma fraqueza e eu não poderia concordar menos com isso.
Seguir a vida, envelhecer, amadurecer, ganhar experiência, evoluir ou simplesmente aproveitar a vida, são practicamente paradoxos e apesar de poderem ser definidos em distintos predicados, convergem para o mesmo destido, o inevitável acréscimo de idade, para mim, o grande desafio de sempre.
Sentimos a mudança, nosso corpo reclama de noso rítimo, a velocidade é outra. Mais espertos, de certo, mas contudo, mais cansados também e é inevitável que, de tempos em tempos, não paremos para avaliar o que fora feito até o presente, mas principalmente, o que não que não foi feito..
Aqui, para mim, começam as confusões. O amadurecimento psicológico traz-nos mais sabedoria e com ela, a percepção de maus resultados, de más escolhas e muitas vezes, inconformados, partimos para um resgate desgastante. Nesses pontos, teremos homens e mulheres de 40 anos, por exemplo, a tentar resgatar romances e profissões, paternidade ou um pai e claro, suas juventudes, a época onde somos fortes, invencíveis e intemporais.
Um homem de 40 anos que apercebe-se não ter sido um bom pai, de seu filho que hoje tenha 17, querer recuperar sua parternidade é lícito, justo e digno. Contudo, ele não poderá estar à espera de trocar fraldas ao rapaz, querer determinar o que ele comerá ao almoço e menos ainda pô-lo em castigo por causa de baixas notas. Obviamente, sua aproximação ao assunto terá que ser diferente. Mesmo que ele sinta falta de ter seu pequenino ao colo, não é, claramente, apropriado.
O mesmo ocorrerá quando se olhar para sua vida amorosa e concluí-la instisfeita, pior ainda se houver a sensação, a percepção que isso ou aquilo não foi experienciado e o parceiro(a) surge com 15, 18 anos de diferença. Tudo sempre há de funcionar enquanto se estiver na horizontal, ou num jantar, num bar ou com amigos, mas as mesmas razões que levaram esta pessoa a perceber sua insastifação antes, cedo ou tarde, gritarão por socorro, pelas diferenças de realidades, de posses, de espectativas e de certo, de maturidade.
Há gente para tudo. Conhecemos senhoras de 50, 60 anos que ainda tratam seus filhos, já casados, como se ainda fossem meninos. Conhecemos casais com uma grande diferença de idade entre eles que parecem se complementar, mas a isso chama-se sublimação, negação. Bem, diversão também, na medida certa, mal não há de fazer, mas não pode nunca ser uma ilusão de plenitude, resposta ao desesperado resgate.
O amor, como qualquer outro sentimento e emoção, é livre e vitalício ao ser humano, convém estar em hamonia com a realidade do indivíduo.
Sem julgamentos. Vejo e entendo que exista equilíbrio, por exemplo, na relação de um homem com 35 e uma mulher de 52, apesar de não poder fechar meus olhos ao que realmente está por de trás disso. Mas como o que está por detrás de disso nem sempre interessa, mesmo porque a vida é curta, que bom que são felizes.
Concluindo, o ‘não tenho mais idade para isso’ pode não ser fraqueza, medo ou baixa auto-estima, e sim, uma real noção de qualidade de vida, de equilíbrio. Ir atrás do que nos faz falta e nos preencherá não siginfica colocarmo-nos em ciladas e situações sem sustenção, sem futuro, sem retorno, pois não importando quanto um goste de açucar, se este for diabético, esta relação não é de todo sadia.
Uma boa semana para todos.
Eduardo Divério.