segunda-feira, abril 09, 2012

 

Bucareste




Deixamos Rochester cedo na Sexta-feira Santa e partimos do Terminal 3 de Heathrow.  O embarque foi longo, quase se só se ouvia Romeno ao redor e parecia haver muito mais bagagem de mão do que os compartimentos superiores podiam transportar. Saímos com atraso e foi difícil não notar que o comportamento da tripulação da BA, para este voo, tinha algo diferente. Não chegavam a ser mal educados ou rudes, mas faltava àquela simpatia, uma boa disposição em sua linguagem corporal.

Hospedamo-nos no Double Tree by Hilton onde chegamos de táxi já jurando que o motorista estava a fazer um tour pela cidade para nos levar alguns extras leis. Mas a estadia no hotel foi tranquila e fomos muito bem tratados, com direito a late check out e transfer para o aeroporto.

A cidade desperta mixed reviews. Aquela que já fora conhecida como a pequena Paris do leste, com mais de dois milhões de habitantes, vastas e longas Boulevards e mergulhada na arquitetura da Belle Époque, revelou-se  estar descuidada, fustigada pelos intensos invernos e nada, mas nada preparada para o turismo.

A sinalização para monumentos e museus é quase inexistente. Não encontramos um único centro de turismo e os prédios públicos, que na sua ostentação se deram a conhecer ao mundo, não estavam abertos para visita. As estações de Metro são consideravelmente distantes umas das outras. A cidade antiga, apesar de ter ganhado um novo pavimento e alguma revitalização, têm as faixadas de seus prédios em ruínas. Não encontrei nenhum estacionamento subterrâneo ou mesmo vertical; estaciona-se às margens das calçadas na velha guerra por um espaço.  

Os nativos, aparentemente sem muitos modos e jeito, demonstraram-se afáveis e disponíveis quando interpelados e nunca encontramos alguém que não tivesse, pelo menos, tentado falar em Inglês conosco. Conduzem seus carros como Romanos, mas intrigantemente, respeitam as sinalizações como Ingleses. Quase não há motos pela cidade e bicicletas, apenas nos parques.

Os parques foram a mais grata surpresa de toda a viagem. Acompanham as longas Boulevards e suas vegetações são riquíssimas em contrastes de pastéis e cores quentes.  Árvores frondosas, muitas árvores, de troncos grossos e altos com alamedas por entre elas, bares e esplanadas.

A cidade antiga é alto astral, especialmente do fim de tarde em diante. Repleta de esplanadas e bares lounge onde come-se bem, bebe-se melhor ainda e tudo com preços de há vinte anos! Na Sexta-feira, para aliviar o stress do voo e da chegada, rolaram seis Cosmopolitans e dois grilled beefs que nos custaram apenas £35.00! Fomos sempre bem servidos nos restaurantes, comida de bom aroma e excelente aspecto e nunca tivemos a má experiência de ao nos regalarmos pelas pastelarias, provar algo que não soubesse fresco.

Achamos a cidade bastante grande, mas tudo muito espalhado e com excessivas áreas abandonadas, terrenos baldios, tomados de mato. À  volta do Parlamento, o segundo maior prédio público do planeta, encontramos condomínios de luxo, mas cercados de terrenos abandonados ou mesmo curtiços.

Entretanto, nosso retorno foi um pesadelo. Apesar de o embarque ter sido muito mais tranquilo do que o da ida, foi lento da mesma forma e atrasamos de novo para decolar. Em Londres, não obtínhamos permissão para aterrar e sobrevoamos a cidade aos espirais por quase uma hora.  Como Segunda-feira ainda foi feriado em UK, o controle de passaportes estava parecendo a fronteira com o México. Nossas malas recusavam-se a desfilar na esteira e para completar, ao entrarmos no carro, descobrimos que não havia bateria.  Chamada assistência, fez-se a famosa ‘chupetinha’ e conclui-se que se tinha que mudar a bateria e finalmente seguimos para casa depois disso, onde ao chegar, descubro que perdi as chaves do cadeado da minha mala e que de um alicate de corte preciso recorrer.

Mas fez-me muito bem no geral e todas as coisas vistas menos positivas, não nos impediram de desfrutar o que de bom havia e guardo excelentes memórias. Em dez anos gostaria de ver o que eles fizeram com aquela promissora cidade.

Uma boa semana à todos.

Eduardo Divério.

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