quarta-feira, abril 04, 2012
‘O Inferno Somos Nós’
Dentro de
uma doutrina, eu consigo entender o conceito do purgatório. Seria, mais ou
menos, algo como: você não se comportou na aula e agora vai perder o recreio até
aprender a se comportar. Mas o inferno
me confundi.
Veja
bem: Se o trabalho de Lúcifer, o anjo
caído, é recrutar pessoas, estimulá-las a fazer o mau para enfraquecer a
frequência no céu, criar concorrência, por quê, uma vez no inferno, estas
pessoas seriam punidas e torturadas pela eternidade?
Eu imagino
que a apólice contratual desta oferta prometa coisas que aliciem de verdade a
forma humana a assiná-la. Logo, Lúcifer deveria recebê-las como acontecem
naqueles pacotes fechados de férias que compramos, onde nos hospedamos num risort de luxo, com ginásio, piscina de
ondas artificiais, quadras de tênis, ski e equitação, enfim. Algo que mantenha
o contento do cliente.
E penso
isso, porque se Lúcifer vai torturar esta gente toda por terem feito o mau, por
toda a eternidade, é quase como se ele
trabalhasse como um agente infiltrado e o inferno não passasse então, do departamento de ‘perdas’ celestial! Pois afinal, estaria a aplicar uma pena
àqueles que não se comportaram, regra máxima para se entrar no céu!
Bem, é
verdade que o que se diz do ‘chifrudo’, é que ele mente, promete o que não
existe, engana, dissimula, mas tudo pelo prazer do cheiro de carne queimada?
Hummm... não sei. Eu compreendo que em termos antagônicos, o mau é algo que
degenera, destrói, corrói em relação ao bem, que constrói, prolifera e
enriquece. Daí eu consigo ver a má intenção do ‘cabeça de bode’ em querer
destruir a criação do Senhor.
Mas se Deus
é a relação direta da imagem do bem e o diabo a do mau, há aqui uma desvantagem.
O capeta foi uma anjo de alta hierarquia
um dia, rico em sabedoria, logo sua essência é o ‘bem’ e não o puro ‘mau’ como
é o puro ‘bem’ para Deus, está dando para entender? O DNA do cara é divino! Por
isso custa-me, um pouco, entender, aceitar que alguém viva a gerenciar um empreendimento,
buscando satisfação em algo que não está na sua natureza.
A tôca
serviu? Mas você conhece alguém a quem serviria, não?
Por isso,
voltando, acho que o papo da tortura eterna pode ser estratégia política do
adversário, não sei...
Mas isso
lembra-me uma piada: O indivíduo morre e vai pro inferno. Lá, é recebido pelo
diabo que o leva para uma pequena tour.
O elemento surpreende-se com as facilidades do inferno. Gente brincando sobre
relva verde, jogando futebol, a maior raive
rolando em céu aberto, ou melhor, em inferno aberto e a galera ultra-mega-híper
feliz se divertido. E aí ele passa por um canto com um cheiro de enxofre pavoroso,
gente sendo tortura e queimada e aí ele pergunta ao diabo que contraste era
aquele? Ao quê o diabo responde: Ah, nada... isso aí é para os Católicos. Eles
adoram isso.
Uma semana
de bom comportamento a todos, não vá o papo da tortura ser verdade... ;)
Eduardo
Divério,