segunda-feira, abril 26, 2010
Erro, erro meu...
Ando absorvido, mergulhado em dilemas filosóficos sobre o comportamento humano em relação a quem se ama. Tenho andado por aqui a falar sobre 'dar-se' e 'dar' e sobre transpormo-nos ao próprio ego pelo bem estar de alguém. Mas será isso mesmo possível?
Deverá o acto de amar realmente ser composto por algum altruísmo?
Uma relação nasce e fortalece-se sobre promessas. Promessas são contratos, acordos. Mas o facto é que uma união requer um série delas e lá pelas tantas, da mesma forma que juridicamente acabamos por achar um lei que anula outra, ou que pelo menos cria alguma atenuante, numa relação acaba por se passar o mesmo. A própria promessa do ‘até a morte os separe’ anula um monte de outra; sem falar naquelas de ‘amar na pebreza, doença e dificuldade’.
Mas existirá algum nível implícito de tolerância nesta 'doença' ou 'dificuldade'?
Se hoje eu te amo e tu cometes um erro que me magoa muito e depois reconheces este erro, não era isso uma dificuldade? Pode uma mágoa ser maior que um amor? É intríncico que a promessa quebrada por uma parte anula automaticamente o acordo com a outra parte?
Aqui tropeço na minha dúvida. Fala-se de auto-estima e amor próprio, mas amor por outra pessoa não poderia ser algo que se liga e desliga, assim, como se fosse um interruptor. "Te amo, mas como quebraste a merda de uma promessa e estou puto contigo, não te quero mais". É assim? O brinquedo quebrou e já não serve mais?
De uma forma difícil e dolorida entendi, ou aprendi, que quando amamos, queremos estar com esta pessoa, queremos ultrapassar as dificuldades e isso parece-me tão natural que honestamente, para mim, dispensa a tal promessa. Mas quando encontro alguém que diz amar, mas que o nível de contrariedades é tão grande que ela simplesmente precisa de um tempo, questiono-me por quem era este amor, o que era este amor. Como meninos num grupo, onde de repente as regras mudam e a partir daí, um já não quer mais brincar, por não ser como ele quer.
A vida é difícil. Amadurecer, envelhcer, viver uma sequência de anos ao lado de alguém exige muito da natureza destas duas almas. De para onde está seguindo seu entendimento da vida, seus medos do meio, suas origens enquanto ser humano.
Lembro-me de um filme com Julia Roberts e Brad Pitt chamado ‘A Mexicana’ onde ela está pelas tabelas com erros dele, mas que no final, depois de muito se questionar sobre quando deveria ser o limite para se por um fim, ela conclui que deveria ser apenas quando não houvesse mais amor, que enquanto se ama, se perdoa.
Meu conselho é que se você sente que não vai segurar o rojão, que vai errar, que o faça com com gosto! Chute com força o pau da barraca e faça só o que lhe apetece, pois de um jeito ou de outro, nada interessa. Por mais equilibrado e correcto que tentes ser, o tal amor que sentem por você é tão frágil que a intensidade do erro diluir-se-á no ego no outro. Por isso, não se prive, afinal, tudo na vida passa.
Boa semana para todos.
Eduardo Divério.
Ando absorvido, mergulhado em dilemas filosóficos sobre o comportamento humano em relação a quem se ama. Tenho andado por aqui a falar sobre 'dar-se' e 'dar' e sobre transpormo-nos ao próprio ego pelo bem estar de alguém. Mas será isso mesmo possível?
Deverá o acto de amar realmente ser composto por algum altruísmo?
Uma relação nasce e fortalece-se sobre promessas. Promessas são contratos, acordos. Mas o facto é que uma união requer um série delas e lá pelas tantas, da mesma forma que juridicamente acabamos por achar um lei que anula outra, ou que pelo menos cria alguma atenuante, numa relação acaba por se passar o mesmo. A própria promessa do ‘até a morte os separe’ anula um monte de outra; sem falar naquelas de ‘amar na pebreza, doença e dificuldade’.
Mas existirá algum nível implícito de tolerância nesta 'doença' ou 'dificuldade'?
Se hoje eu te amo e tu cometes um erro que me magoa muito e depois reconheces este erro, não era isso uma dificuldade? Pode uma mágoa ser maior que um amor? É intríncico que a promessa quebrada por uma parte anula automaticamente o acordo com a outra parte?
Aqui tropeço na minha dúvida. Fala-se de auto-estima e amor próprio, mas amor por outra pessoa não poderia ser algo que se liga e desliga, assim, como se fosse um interruptor. "Te amo, mas como quebraste a merda de uma promessa e estou puto contigo, não te quero mais". É assim? O brinquedo quebrou e já não serve mais?
De uma forma difícil e dolorida entendi, ou aprendi, que quando amamos, queremos estar com esta pessoa, queremos ultrapassar as dificuldades e isso parece-me tão natural que honestamente, para mim, dispensa a tal promessa. Mas quando encontro alguém que diz amar, mas que o nível de contrariedades é tão grande que ela simplesmente precisa de um tempo, questiono-me por quem era este amor, o que era este amor. Como meninos num grupo, onde de repente as regras mudam e a partir daí, um já não quer mais brincar, por não ser como ele quer.
A vida é difícil. Amadurecer, envelhcer, viver uma sequência de anos ao lado de alguém exige muito da natureza destas duas almas. De para onde está seguindo seu entendimento da vida, seus medos do meio, suas origens enquanto ser humano.
Lembro-me de um filme com Julia Roberts e Brad Pitt chamado ‘A Mexicana’ onde ela está pelas tabelas com erros dele, mas que no final, depois de muito se questionar sobre quando deveria ser o limite para se por um fim, ela conclui que deveria ser apenas quando não houvesse mais amor, que enquanto se ama, se perdoa.
Meu conselho é que se você sente que não vai segurar o rojão, que vai errar, que o faça com com gosto! Chute com força o pau da barraca e faça só o que lhe apetece, pois de um jeito ou de outro, nada interessa. Por mais equilibrado e correcto que tentes ser, o tal amor que sentem por você é tão frágil que a intensidade do erro diluir-se-á no ego no outro. Por isso, não se prive, afinal, tudo na vida passa.
Boa semana para todos.
Eduardo Divério.
segunda-feira, abril 19, 2010
A Tal Crise dos Quarenta
É sabido que de tempos em tempos passamos por fases estranhas, difíceis. Contudo, de alguma forma, já estávamos pré-avisados que ela poderia chegar.
Comigo foi assim aos 15, aos 30 e agora, ao que parece, aos 40.
Eu confesso que não temia muito a dos 40, pois sempre ouvi dizer que é quando a vida realmente começa, portanto nenhuma mudança que viesse daí poderia ser tão ruim assim. Entretanto, o que eu não estava à espera, é que pudesse ser tudo tão... difícil ou radical.
Enquanto espero que minha vida ‘realmente comece’, debato-me com as consequências da ruptura com a vida que levava. Sinto-me à total deriva e sem a menor perspectiva de que as coisas melhorem, mas não deixo de repetir à noite, quando vou para a cama: ‘é só uma fase’.
Os 40, dizem, abrem as portas da segunda fase adulta de um indivíduo, aquela onde finalmente filtramos os ensinamentos e comportamentos introjectados na inafância e na juventude e, supostamente, revelamos a nossa real natureza e sensibilidade.
Bem, como se tivéssemos andado à deriva num deserto por 40 anos à procura da terra prometida, seguindo regras e normas que muitas vezes mais geravam conflito interno do que nos traziam felicidade, alcançamos então o desejado topo da montanha de onde se avista o Eldorado. E daí?
E daí que não há pedra escrita a fogo, arbustinho que fala enquanto queima ou mar que se abra ao meio para nos dar o raio de uma pista! Estamos exauridos da jornada, cometemos sacrifícios sem sequer temos a certeza que eram realmente necessários e para além de muita boa vontade, mais nada se sabe!
Sentimo-nos com algum ímpeto remanessente dos vinte, carregamos a força e determinação dos 30 ao mesmo tempo que tentamos manter a noção de dignidade que se espera nessa idade. Não há certezas definidas e apesar de esperança paracer-me um sentimento necessário nesta transição, confesso, não sei muito bem em qual fase já passada esqueci a minha...
Mas gosto de acreditar que aprendi algumas coisas: Que trabalho é só um meio para pagar contas, supermercado, e ter lazer. Que uma paixão é sempre necessária, seja pela escrita, pela dança, pela esgrima ou canoagem e que o balanço de uma relacionamento deve ser natural, sem muitas contas. Que sexo é muito bom mas carinho é melhor e que a vida fica cada dia mais curta e nós mais velhos.
Afinal, percebo agora, sinto esperança. Sim, é esperança o que sinto neste momento, por ter pensado estas palavras que escrevi. Continuo sem certezas, sinto um pouco de insegurança, mas quero seguir sem medo e continuar a caminhada com honestidade.
Sentimentos e emoções devem ser ouvidos e experienciados, nunca mais modulados.
Quero aprender a viver com pouco e rejubilar-me quando houver um extra.
Quero acertar. Quero amor, leve mas profundo. Quero não temer as horas e desejo ter tempo para isso tudo.
Que a vida comece aos 40!
Uma boa semana para todos.
Eduardo Divério.
É sabido que de tempos em tempos passamos por fases estranhas, difíceis. Contudo, de alguma forma, já estávamos pré-avisados que ela poderia chegar.
Comigo foi assim aos 15, aos 30 e agora, ao que parece, aos 40.
Eu confesso que não temia muito a dos 40, pois sempre ouvi dizer que é quando a vida realmente começa, portanto nenhuma mudança que viesse daí poderia ser tão ruim assim. Entretanto, o que eu não estava à espera, é que pudesse ser tudo tão... difícil ou radical.
Enquanto espero que minha vida ‘realmente comece’, debato-me com as consequências da ruptura com a vida que levava. Sinto-me à total deriva e sem a menor perspectiva de que as coisas melhorem, mas não deixo de repetir à noite, quando vou para a cama: ‘é só uma fase’.
Os 40, dizem, abrem as portas da segunda fase adulta de um indivíduo, aquela onde finalmente filtramos os ensinamentos e comportamentos introjectados na inafância e na juventude e, supostamente, revelamos a nossa real natureza e sensibilidade.
Bem, como se tivéssemos andado à deriva num deserto por 40 anos à procura da terra prometida, seguindo regras e normas que muitas vezes mais geravam conflito interno do que nos traziam felicidade, alcançamos então o desejado topo da montanha de onde se avista o Eldorado. E daí?
E daí que não há pedra escrita a fogo, arbustinho que fala enquanto queima ou mar que se abra ao meio para nos dar o raio de uma pista! Estamos exauridos da jornada, cometemos sacrifícios sem sequer temos a certeza que eram realmente necessários e para além de muita boa vontade, mais nada se sabe!
Sentimo-nos com algum ímpeto remanessente dos vinte, carregamos a força e determinação dos 30 ao mesmo tempo que tentamos manter a noção de dignidade que se espera nessa idade. Não há certezas definidas e apesar de esperança paracer-me um sentimento necessário nesta transição, confesso, não sei muito bem em qual fase já passada esqueci a minha...
Mas gosto de acreditar que aprendi algumas coisas: Que trabalho é só um meio para pagar contas, supermercado, e ter lazer. Que uma paixão é sempre necessária, seja pela escrita, pela dança, pela esgrima ou canoagem e que o balanço de uma relacionamento deve ser natural, sem muitas contas. Que sexo é muito bom mas carinho é melhor e que a vida fica cada dia mais curta e nós mais velhos.
Afinal, percebo agora, sinto esperança. Sim, é esperança o que sinto neste momento, por ter pensado estas palavras que escrevi. Continuo sem certezas, sinto um pouco de insegurança, mas quero seguir sem medo e continuar a caminhada com honestidade.
Sentimentos e emoções devem ser ouvidos e experienciados, nunca mais modulados.
Quero aprender a viver com pouco e rejubilar-me quando houver um extra.
Quero acertar. Quero amor, leve mas profundo. Quero não temer as horas e desejo ter tempo para isso tudo.
Que a vida comece aos 40!
Uma boa semana para todos.
Eduardo Divério.
domingo, abril 11, 2010
Amor e Amar
Amor e amar é, sem sombra de dúvida, para todos e sem limite de idade. É-nos inerente, um sentimento e uma dedicação que dilui-se na própria definição do ser humano. Mas será idade, maturidade, inteligência ou vontade, a medida, a fórmula que garante o sucesso da união deste sentimento com a forma com a qual o vivemos?
Como saber se, quando somos amados, não somos apenas um troféu, uma posse, algo para alguém que realmente quer ter-nos ao seu lado, mas não realmente pelo que somos, mas mais pelo que trazemos a esta pessoa, como um bom emprego, uma coleção se selos antigos ou um carro do ano?
Querer estar com alguém é querer sentir tudo de bom que se sente quando se está com esta pessoa. A química que enxarca nossos neurónios, a sensação de felicidade, de plenitude. Bem, prosac até onde eu sei oferece-nos as mesmas sensações e curiosamente, pode ser prescrito para pessoas que estejam sofrendo muito por terem, ou perdido ou nunca alcançado aquilo que ‘querem’, o que causa desânimo e depressão.
O amor só se mantém por nutrição, através da via exercitável do amar. Mas quantos de nós, com tanto amor para dar e quiçá, mais ainda por receber, sabe realmente amar?
Amar não é satisfazer a vontade de querer estar alguém. Não é alimentar um amor negligenciado pelo outro. Amar não é apenas sentir-se vivo ao lado de alguém, pois essas são sensações que habitam apenas o ‘coração’ do que ama.
Amar deve tocar o outro, deve ser pelo outro, sair da esfera do universo daquele que sente e projectar este sentimento de forma e linguagem apropriada para que o amado sinta, se aperceba, nutra este amor.
Amar exige coragem. Amar não é se manter fiel a arcáicos conceitos judaico-cristãos e mediavais de compromisso e promessa, de responsabilidades assumidas com caracter vitalício. Amar é sentir, é retribuir de forma não egoísta. Amar é ter as costas guardadas por aquele que sente que as dele estão guardadas por aquele que o ama.
Amar não é brincar de casinha e de casamento. Amar não é se dedicar a uma pessoa por quem não se nutre amor. Amar não é se dedicar a alguém só porque esta pessoa lhe ama.
Amar não pode ser com dúvida, com fado, como escapatória, como esconderijo, como laboratório, como querer viver a força um amor que não brota. É ter lucidez para não confundir amor com carinho, carinho com gratidão ou ainda, não pode ser um dever, uma experiência de compesnsação. Não pode ser um exercício para esquecer um outro amor e não pode ser semi-verdadeiro.
Amar é olharmos nos olhos de alguém e desejarmos que esta pessoa seja feliz. Amar é ajudar o outro a crecer. Amar é alimentar o amor, na área de intersecção entre duas pessoas, nunca no universo individual. Amar é ser livre, é permitir-se, é ser grande.
Amar é acima de tudo reconhecer o amor quando este brota. Amar é romper amarras, amar é não fazer do outro o prisioneiro de uma ilusão. É saber ser A tarefa por onde a felicidade é alcançada
Amar é acordar, sair para o trabalho, ir ao ginásio, à aula de francês e de violino e voltar para casa sem dúvidas, sem momentos aéreos onde o pensamento devaga por autonomia, é não ter um passado sublimado, negado, negligenciado, reprimido e insatisfeito.
Onde brotou amor, amar nos fará feliz. Amar é ser e ter companhia. Não vos parece que este exercício, que este verbo, deva ser executado de forma corajosa e verdadeira? Não vos parece que qualquer que seja a guerra, o constrangimento, a dor ou os julgamentos, merecemos nos lançar nesta batalha para vencer?
Mas quem disse que seria fácil?
Boa semana a todos.
Eduardo Divério.
Amor e amar é, sem sombra de dúvida, para todos e sem limite de idade. É-nos inerente, um sentimento e uma dedicação que dilui-se na própria definição do ser humano. Mas será idade, maturidade, inteligência ou vontade, a medida, a fórmula que garante o sucesso da união deste sentimento com a forma com a qual o vivemos?
Como saber se, quando somos amados, não somos apenas um troféu, uma posse, algo para alguém que realmente quer ter-nos ao seu lado, mas não realmente pelo que somos, mas mais pelo que trazemos a esta pessoa, como um bom emprego, uma coleção se selos antigos ou um carro do ano?
Querer estar com alguém é querer sentir tudo de bom que se sente quando se está com esta pessoa. A química que enxarca nossos neurónios, a sensação de felicidade, de plenitude. Bem, prosac até onde eu sei oferece-nos as mesmas sensações e curiosamente, pode ser prescrito para pessoas que estejam sofrendo muito por terem, ou perdido ou nunca alcançado aquilo que ‘querem’, o que causa desânimo e depressão.
O amor só se mantém por nutrição, através da via exercitável do amar. Mas quantos de nós, com tanto amor para dar e quiçá, mais ainda por receber, sabe realmente amar?
Amar não é satisfazer a vontade de querer estar alguém. Não é alimentar um amor negligenciado pelo outro. Amar não é apenas sentir-se vivo ao lado de alguém, pois essas são sensações que habitam apenas o ‘coração’ do que ama.
Amar deve tocar o outro, deve ser pelo outro, sair da esfera do universo daquele que sente e projectar este sentimento de forma e linguagem apropriada para que o amado sinta, se aperceba, nutra este amor.
Amar exige coragem. Amar não é se manter fiel a arcáicos conceitos judaico-cristãos e mediavais de compromisso e promessa, de responsabilidades assumidas com caracter vitalício. Amar é sentir, é retribuir de forma não egoísta. Amar é ter as costas guardadas por aquele que sente que as dele estão guardadas por aquele que o ama.
Amar não é brincar de casinha e de casamento. Amar não é se dedicar a uma pessoa por quem não se nutre amor. Amar não é se dedicar a alguém só porque esta pessoa lhe ama.
Amar não pode ser com dúvida, com fado, como escapatória, como esconderijo, como laboratório, como querer viver a força um amor que não brota. É ter lucidez para não confundir amor com carinho, carinho com gratidão ou ainda, não pode ser um dever, uma experiência de compesnsação. Não pode ser um exercício para esquecer um outro amor e não pode ser semi-verdadeiro.
Amar é olharmos nos olhos de alguém e desejarmos que esta pessoa seja feliz. Amar é ajudar o outro a crecer. Amar é alimentar o amor, na área de intersecção entre duas pessoas, nunca no universo individual. Amar é ser livre, é permitir-se, é ser grande.
Amar é acima de tudo reconhecer o amor quando este brota. Amar é romper amarras, amar é não fazer do outro o prisioneiro de uma ilusão. É saber ser A tarefa por onde a felicidade é alcançada
Amar é acordar, sair para o trabalho, ir ao ginásio, à aula de francês e de violino e voltar para casa sem dúvidas, sem momentos aéreos onde o pensamento devaga por autonomia, é não ter um passado sublimado, negado, negligenciado, reprimido e insatisfeito.
Onde brotou amor, amar nos fará feliz. Amar é ser e ter companhia. Não vos parece que este exercício, que este verbo, deva ser executado de forma corajosa e verdadeira? Não vos parece que qualquer que seja a guerra, o constrangimento, a dor ou os julgamentos, merecemos nos lançar nesta batalha para vencer?
Mas quem disse que seria fácil?
Boa semana a todos.
Eduardo Divério.
segunda-feira, abril 05, 2010
Duração de um Casamento
Durante anos, tenho andado por aqui a procurar a melhor palavra para descrever o quê mantém um casamento. ‘Amor’ foi logo uma que discartei de arranque, pois eu amo minha mãe, por exemplo, mas aos 18 anos fui morar sozinho. Depois porque lembro da pequena lista de pessoas que disseram no passado estarem apaixonadas por mim, que me amavam e no entanto, algo se passou pois... onde estão mesmo estas pessoas?
Bem, na sequência surgiu o ‘respeito’, mas era claro e óbvio para mim que este componente é requerido e necessário para qualuer tipo de relacionamento, logo não constituía caso efectivo para minha procura.
Então durante algum bom tempo eu acreditei que o que fazia um casamento durar era simplesmente ‘a vontade de se estar casado’. Não é algo que todos sintam e esta vontade parece ser mesmo mais forte do que uma promessa. Sério! Garanto-vos ser ums sensação real e que, de uma estranha forma, nos dá força e coragem para ultrapassar os problemas.
Entretanto, percebi que, apesar de postular ser verdadeira e muito forte esta possibilidade, havia casais de longa data que não se apoiavam nesta sensação. E a procura continuava.
Mais recentemente, andei apostando que o que fazia um casamento durar era a ‘indisponibilidade’. Enquanto sentíamo-nos indisponíveis, no nosso coração, para outras pessoas, tínhamos sempre o foco na pessoa certa. Talvez algo como: se tenho só um porta na casa, será só por ela por onde entrarei e sairei...
Contudo, apercebi-me que a ‘indisponibilidade’ tinha que ser alimentada por algo e pior, que ela era passiva de podia se tranformar em ‘disponibilidade’, quiçá, pela falta deste mesmo alimento.
Foi aí que ocorreu-me a ‘compensação’! Parece-me não haver ‘amor’, ‘respeito’, ‘vontade’ ou ‘indisponibilidade’ que não precise ser alimentada, exercitada e todas precisam de combustível, precisam provar valer à pena e aí entra a ‘compensação’. Enquanto um sente-se satisfeito, enquanto um sente que por mais que haja problemas, o saldo continua a ser positivo, todos os outros sentimentos estão cobertos.
Claro que a ‘compensação’ abre discussão para os mais possíveis temas do exercíco, ou seja, compensação sexual, de comapanhia, de alguém que torna a vida de um mais fácil, alguém que lhe faz sentir firme e centrado ou ainda, uma combinação de muitas possibilidades. Entendo que a ‘compensação’ varia de pessoa para pessoa, de natureza para natureza, de sensibilidade para sensibilidade e talvez por isso seja tão difícl chegar a um concenso sobre o que, afinal, faz um casamento durar.
Independente de qual seja a ‘compensação’ que você precisa no seu casamento, é importante que a outra metade também a perceba, caso contrário, não há ‘amor’, ‘vontade’ ou ‘lealdade’ que chegue à tempo!
Um bom dia para todos.
Eduardo Divério.
Durante anos, tenho andado por aqui a procurar a melhor palavra para descrever o quê mantém um casamento. ‘Amor’ foi logo uma que discartei de arranque, pois eu amo minha mãe, por exemplo, mas aos 18 anos fui morar sozinho. Depois porque lembro da pequena lista de pessoas que disseram no passado estarem apaixonadas por mim, que me amavam e no entanto, algo se passou pois... onde estão mesmo estas pessoas?
Bem, na sequência surgiu o ‘respeito’, mas era claro e óbvio para mim que este componente é requerido e necessário para qualuer tipo de relacionamento, logo não constituía caso efectivo para minha procura.
Então durante algum bom tempo eu acreditei que o que fazia um casamento durar era simplesmente ‘a vontade de se estar casado’. Não é algo que todos sintam e esta vontade parece ser mesmo mais forte do que uma promessa. Sério! Garanto-vos ser ums sensação real e que, de uma estranha forma, nos dá força e coragem para ultrapassar os problemas.
Entretanto, percebi que, apesar de postular ser verdadeira e muito forte esta possibilidade, havia casais de longa data que não se apoiavam nesta sensação. E a procura continuava.
Mais recentemente, andei apostando que o que fazia um casamento durar era a ‘indisponibilidade’. Enquanto sentíamo-nos indisponíveis, no nosso coração, para outras pessoas, tínhamos sempre o foco na pessoa certa. Talvez algo como: se tenho só um porta na casa, será só por ela por onde entrarei e sairei...
Contudo, apercebi-me que a ‘indisponibilidade’ tinha que ser alimentada por algo e pior, que ela era passiva de podia se tranformar em ‘disponibilidade’, quiçá, pela falta deste mesmo alimento.
Foi aí que ocorreu-me a ‘compensação’! Parece-me não haver ‘amor’, ‘respeito’, ‘vontade’ ou ‘indisponibilidade’ que não precise ser alimentada, exercitada e todas precisam de combustível, precisam provar valer à pena e aí entra a ‘compensação’. Enquanto um sente-se satisfeito, enquanto um sente que por mais que haja problemas, o saldo continua a ser positivo, todos os outros sentimentos estão cobertos.
Claro que a ‘compensação’ abre discussão para os mais possíveis temas do exercíco, ou seja, compensação sexual, de comapanhia, de alguém que torna a vida de um mais fácil, alguém que lhe faz sentir firme e centrado ou ainda, uma combinação de muitas possibilidades. Entendo que a ‘compensação’ varia de pessoa para pessoa, de natureza para natureza, de sensibilidade para sensibilidade e talvez por isso seja tão difícl chegar a um concenso sobre o que, afinal, faz um casamento durar.
Independente de qual seja a ‘compensação’ que você precisa no seu casamento, é importante que a outra metade também a perceba, caso contrário, não há ‘amor’, ‘vontade’ ou ‘lealdade’ que chegue à tempo!
Um bom dia para todos.
Eduardo Divério.