segunda-feira, dezembro 31, 2007
Ensaios Capitais – A Luxúria.
Luxúria - do Lat। Luxúria s. f., viço nas plantas; exuberância de seiva; libertinagem; sensualidade; lascívia.
Sem dúvida o mais polémico, temido, curioso e incontrolável de todos os sete pecados capitais। Aliás, o assunto é de tamanha importância que é tratado por não menos do que Asmodeus, um dos cinco príncipes do inferno abaixo de Lúcifer. Agora, vamos combinar que este diabinho é do babado, hein? Deus nos livre… (lol).
A luxúria é daqueles pecados que todo mundo dá um jeito de conviver com ele। Seja negando do meio, seja mentindo ou omitindo, seja real ou virtual, Asmodeus parece realmente ser um dos demônios mais ocupados do inferno.
Mas no quê, ou como, a luxúria exercida pode, no nível que for, ser má para alguém? Bem, a libertinagem, com eu vejo, é o resultado de um quadro psicológico em profunda e total combinação com uma série de reações químicas, inerentes ao ser humano, que encharcam nossas células com dopamina, enforfina e outras ‘ínas’que nos fazem sentir muito bem। Isso por si só pode constituir um vício, e como tal, um descontrole, a falta de liberdade em podermos exercer uma moral desejada. Contudo, nesta relação psico-bioquímica, sinto que se divague muito, num paralelo como o do ovo e o da galinha; o quê vem primeiro que quem?
Sabemos demais sobre o homem de hoje para continuarmos a postular algumas idéias da psicologia que, na verdade, hoje, vê-se que foram apenas referências, primeiros passos de investigação। Não se esqueçam que o sol já girou em torno da terra e houve mesmo quem morreu por desafiar isso!
Voltando ao que interessa, e ao que dá imenso prazer, a luxúria pode de facto afastar até mesmo o homem do terceiro milénio de um caminho onde ele possa construir uma relação com alguém, de forma profunda e íntima। Pode lançar a pessoa numa falsa sensação de realização e perverter os conceitos na forma de se sentir o amor e até mesmo a paixão.
Mas há desmembramentos; a sensualidade, por exemplo, está totalmente incorporada na nossa cultura e a MTV não me deixa mentir। As mulheres, que ainda ontem não podiam votar, orgulham-se de suas voluptuosas curvas de pele à mostra enquanto dançam e extravasam sexualidade em seus movimentos.
A sensualidade, a sexualidade e até a libertinagem é o que existe de mais espontâneo na estrutura que define o ser humano; dos recantos mais desconhecidos da mente humana à unha do dedão do pé!
Assusta-me é, ver a IRA das pessoas contra, assim, um sexo casual de fim de noite com alguém que não se sabe o nome। Batem em seu peito com ORGULHO, como se estivem defendendo alguma virtude ou impedindo a vida humana de seguir alguma epidemia. Eu, particularmente, acho que é tudo INVEJA. Sim, porque gente que não ‘goza’ é um saco e só incomodam os outros.
Na verdade, é difícil falar sobre a luxúria, por ser um assunto muito dividido, repleto de camadas históricas de preconceito e de política। Depois tudo o que toca sexo ainda é muito confuso e mítico (adoro esta palavra). Eu só não posso concordar com esta visão iluminista que o racional, o que nos distingue dos outros animais, deva suprimir e comandar nossas vidas.
Acho que podemos foder como animais, amar como mamíferos e construir túneis por debaixo do mar e lançar naves ao espaço que levam sete anos viajando pelo universo sem perder contato com terra। Isso parece-me uma descrição mais íntegra de nossa espécie, nas nossas capacidades e da nossa natureza, mas enfim… devo estar possuído…
Uma boa semana para todos, com muito gozo… e feliz ano novo para todos!
Eduardo Divério.
Luxúria - do Lat। Luxúria s. f., viço nas plantas; exuberância de seiva; libertinagem; sensualidade; lascívia.
Sem dúvida o mais polémico, temido, curioso e incontrolável de todos os sete pecados capitais। Aliás, o assunto é de tamanha importância que é tratado por não menos do que Asmodeus, um dos cinco príncipes do inferno abaixo de Lúcifer. Agora, vamos combinar que este diabinho é do babado, hein? Deus nos livre… (lol).
A luxúria é daqueles pecados que todo mundo dá um jeito de conviver com ele। Seja negando do meio, seja mentindo ou omitindo, seja real ou virtual, Asmodeus parece realmente ser um dos demônios mais ocupados do inferno.
Mas no quê, ou como, a luxúria exercida pode, no nível que for, ser má para alguém? Bem, a libertinagem, com eu vejo, é o resultado de um quadro psicológico em profunda e total combinação com uma série de reações químicas, inerentes ao ser humano, que encharcam nossas células com dopamina, enforfina e outras ‘ínas’que nos fazem sentir muito bem। Isso por si só pode constituir um vício, e como tal, um descontrole, a falta de liberdade em podermos exercer uma moral desejada. Contudo, nesta relação psico-bioquímica, sinto que se divague muito, num paralelo como o do ovo e o da galinha; o quê vem primeiro que quem?
Sabemos demais sobre o homem de hoje para continuarmos a postular algumas idéias da psicologia que, na verdade, hoje, vê-se que foram apenas referências, primeiros passos de investigação। Não se esqueçam que o sol já girou em torno da terra e houve mesmo quem morreu por desafiar isso!
Voltando ao que interessa, e ao que dá imenso prazer, a luxúria pode de facto afastar até mesmo o homem do terceiro milénio de um caminho onde ele possa construir uma relação com alguém, de forma profunda e íntima। Pode lançar a pessoa numa falsa sensação de realização e perverter os conceitos na forma de se sentir o amor e até mesmo a paixão.
Mas há desmembramentos; a sensualidade, por exemplo, está totalmente incorporada na nossa cultura e a MTV não me deixa mentir। As mulheres, que ainda ontem não podiam votar, orgulham-se de suas voluptuosas curvas de pele à mostra enquanto dançam e extravasam sexualidade em seus movimentos.
A sensualidade, a sexualidade e até a libertinagem é o que existe de mais espontâneo na estrutura que define o ser humano; dos recantos mais desconhecidos da mente humana à unha do dedão do pé!
Assusta-me é, ver a IRA das pessoas contra, assim, um sexo casual de fim de noite com alguém que não se sabe o nome। Batem em seu peito com ORGULHO, como se estivem defendendo alguma virtude ou impedindo a vida humana de seguir alguma epidemia. Eu, particularmente, acho que é tudo INVEJA. Sim, porque gente que não ‘goza’ é um saco e só incomodam os outros.
Na verdade, é difícil falar sobre a luxúria, por ser um assunto muito dividido, repleto de camadas históricas de preconceito e de política। Depois tudo o que toca sexo ainda é muito confuso e mítico (adoro esta palavra). Eu só não posso concordar com esta visão iluminista que o racional, o que nos distingue dos outros animais, deva suprimir e comandar nossas vidas.
Acho que podemos foder como animais, amar como mamíferos e construir túneis por debaixo do mar e lançar naves ao espaço que levam sete anos viajando pelo universo sem perder contato com terra। Isso parece-me uma descrição mais íntegra de nossa espécie, nas nossas capacidades e da nossa natureza, mas enfim… devo estar possuído…
Uma boa semana para todos, com muito gozo… e feliz ano novo para todos!
Eduardo Divério.
terça-feira, dezembro 25, 2007
Ensaios Capitais – A Ira
Ira – do Lat. Ira s. f., cólera; zanga; indignação; raiva; desejo de vingança.
Diz-se que a raiva, a vingança não são coisas de Deus. Bem, pois segundo a classificação de relação entre pecados e demônios, a Ira é administrada de fato pelo seu arqui-inimigo Satanás, a própria encarnação do mal.
Facilmente é um sentimento que podemos associar com morte, com terríveis feitos provocados a alguém, por alguém. Insanidade.
Todos nós somos tomados, ou já fomos, por pequenos acessos de raiva, como reação extrema a um cansaço, a um desapontamento por algo não alcançado e que nos consumiu imenso tempo e dedicação. Acredito que muitos de nós já tenham atirado o controle remoto da TV para longe quando estávamos quentinhos na cama e o ‘desgraçado’ não funcionava.
Mas estes descontroles, estas crises, para além de matarem uma meia dúzia de neurônios e provocar algumas rugas precoces, não tem efeitos significativos no meio, nos outros. Mas há aquele ódio que um pode sentir de outro, entre pessoas. Talvez um concetrado de inveja, orgulho e outros, massifique-se de tal maneira que deforme o poder de um em ajuizar, compreender uma situação.
Eu, particularmente, substituiria a Ira nesta relação pela Maldade. A Ira para mim é fruto da demência, de um estado além consciência ao qual, como eu entendo, tem uma série de patamares anteriores. Não se trata a ira, quando mundo podemos contê-la, sair de cena, infligirmo-nos uma ferida, desviarmos a atenção e esperá-la sumir. A inveja sim, é tratável, o orgulho, a preguiça e a maldade…
Se a ira é o sopro de Satanás e este é personificação do mau, por que ninguém fala da maldade? Mais rapidamente nos deparamos com a maldade do que com a raiva de alguém. A crueldade, o ignorar, o prejudicar, o fazer alguém sofrer é um exercício, é um traço na personalidade de alguém que é alimentado e por isso, desprezível. A Ira, para mim, é um alarme, o sinal que um limite fora atingido. Pode é estar de mãos com a insanidade e então, soar com mais frequência, mas de novo, mais rápida do que a consciência.
Bem, talvez a maldade seja um conceito mais genérico e abrangente. Ao menos na linha de quem categorizou este sete! Mas como eu a vejo, poderia ser tão discutida quanto a inveja ou a louca da ira.
Obviamente a virtude que se opõe a Ira é a Paciência. Mas me digam como que se seja para uma pessoa que está tendo um acesso colérico e se pede paciência? Nossa! Para mim é pólvora no fogo! Pedir-me paciência no meio de uma crise raivosa deveria ser considerado tentativa de homicídio, pois por nada não me provoca um enfarte!
Talvez o exercício da paciência nos afaste das correntes que correm mais rápido que a consciência, sim, parece-me ser a única via. Mas paciência não cura maldade, ‘aperfeiço-a’, talvez. Ui! Que meda!
Bom, sendo de forma que for, as pessoas que atingem este nível, esta ira, são de fato perigosas e os presídios estão abarrotados delas, deste instinto. Daí a importância em conhecermo-nos, sabermos quem somos na nossa época, no ponto da nossa história como ser humano, longe daqueles que matavam em defesa de si ou de suas proles.
A todos, uma boa semana. Cheia de paciência.
Eduardo Divério.
Ira – do Lat. Ira s. f., cólera; zanga; indignação; raiva; desejo de vingança.
Diz-se que a raiva, a vingança não são coisas de Deus. Bem, pois segundo a classificação de relação entre pecados e demônios, a Ira é administrada de fato pelo seu arqui-inimigo Satanás, a própria encarnação do mal.
Facilmente é um sentimento que podemos associar com morte, com terríveis feitos provocados a alguém, por alguém. Insanidade.
Todos nós somos tomados, ou já fomos, por pequenos acessos de raiva, como reação extrema a um cansaço, a um desapontamento por algo não alcançado e que nos consumiu imenso tempo e dedicação. Acredito que muitos de nós já tenham atirado o controle remoto da TV para longe quando estávamos quentinhos na cama e o ‘desgraçado’ não funcionava.
Mas estes descontroles, estas crises, para além de matarem uma meia dúzia de neurônios e provocar algumas rugas precoces, não tem efeitos significativos no meio, nos outros. Mas há aquele ódio que um pode sentir de outro, entre pessoas. Talvez um concetrado de inveja, orgulho e outros, massifique-se de tal maneira que deforme o poder de um em ajuizar, compreender uma situação.
Eu, particularmente, substituiria a Ira nesta relação pela Maldade. A Ira para mim é fruto da demência, de um estado além consciência ao qual, como eu entendo, tem uma série de patamares anteriores. Não se trata a ira, quando mundo podemos contê-la, sair de cena, infligirmo-nos uma ferida, desviarmos a atenção e esperá-la sumir. A inveja sim, é tratável, o orgulho, a preguiça e a maldade…
Se a ira é o sopro de Satanás e este é personificação do mau, por que ninguém fala da maldade? Mais rapidamente nos deparamos com a maldade do que com a raiva de alguém. A crueldade, o ignorar, o prejudicar, o fazer alguém sofrer é um exercício, é um traço na personalidade de alguém que é alimentado e por isso, desprezível. A Ira, para mim, é um alarme, o sinal que um limite fora atingido. Pode é estar de mãos com a insanidade e então, soar com mais frequência, mas de novo, mais rápida do que a consciência.
Bem, talvez a maldade seja um conceito mais genérico e abrangente. Ao menos na linha de quem categorizou este sete! Mas como eu a vejo, poderia ser tão discutida quanto a inveja ou a louca da ira.
Obviamente a virtude que se opõe a Ira é a Paciência. Mas me digam como que se seja para uma pessoa que está tendo um acesso colérico e se pede paciência? Nossa! Para mim é pólvora no fogo! Pedir-me paciência no meio de uma crise raivosa deveria ser considerado tentativa de homicídio, pois por nada não me provoca um enfarte!
Talvez o exercício da paciência nos afaste das correntes que correm mais rápido que a consciência, sim, parece-me ser a única via. Mas paciência não cura maldade, ‘aperfeiço-a’, talvez. Ui! Que meda!
Bom, sendo de forma que for, as pessoas que atingem este nível, esta ira, são de fato perigosas e os presídios estão abarrotados delas, deste instinto. Daí a importância em conhecermo-nos, sabermos quem somos na nossa época, no ponto da nossa história como ser humano, longe daqueles que matavam em defesa de si ou de suas proles.
A todos, uma boa semana. Cheia de paciência.
Eduardo Divério.
segunda-feira, dezembro 17, 2007
Ensaios Capitais – A Inveja
Inveja - do Lat. Invidia s. f., misto de pena e de raiva; sentimento de desgosto pela prosperidade ou alegria de outrem; desejo de possuir aquilo que os outros possuem; ciúme; emulação, cobiça.
Associado a ela está o monstro Leviatã, figura mencionada nas velhas escrituras comumente descrito parecer-se com um crocodilo. Apesar de poder assumir a forma de outros animais ou ainda, a composição mista de alguns deles.
Para mim, ela é a mãe da injustiça. Porque acredito ser a base em como a pessoa se sinta e o que ela acaba por causar àqueles que estão sendo seu alvo: Injustiça! É um sentimento destrutivo, de corrosão e estagnação para quem o alimenta. Ao meu ver, sentimento algum em qualquer tipo de relacionamento é mais desprezível do que este.
Mas o que faz alguém querer ser como alguém ou ter o que outro tem? Veja bem, não estamos aqui falando do mero desejo, da simples vontade do adquirir algo, do género: Meu colega ganhou um IPod, o qual eu gostei muito e gostaria de ter um também, então vou as compras e compro um. A inveja envolve comparação, julgamento.
O processo põe em causa uma série de valores. Aqui, às bases, pode-se facilmente detectar a ego destonia da pessoa que se centra como núcleo mais importante e assim, sem poder ter menos ou sentir-se inferior – um pouco de ORGULHO, talvez - ela manifesta-se com inveja. Mas esta também existe na ausência do orgulho, originada da total fraqueza e falta de auto estima de um.
Ver as pessoas crescerem profissionalmente, seja em termos funcionais ou financeiros; ver o vizinho a fazer reformas e aumentar sua casa; saber que sua irmã trocou de carro por um do ano; receber a notícia que um colega seu do secundário foi admitido para trabalhar numa multinacional japonesa, não deveria causar nenhum outro tipo de sensação senão, satisfação ou ainda, talvez, indiferença. Mas se, você sente, mesmo que não esteja relacionado directamente à pessoa a quem você está se comparando, a sensação que o mundo que lhe é injusto ou que não lhe dá as mesmas oportunidades que dá aos outros, pare! Isso não é bom.
A inveja só pode ser vivida por aqueles que duvidam de si mesmos. Por aqueles que têm medo de sair vida à fora para alcançar seus sonhos e objetivos. Por aqueles que entregam suas decisões na dependência dos outros. É um sentimento que não só denota uma falta de coesão na identidade como ainda atrapalha aqueles a quem são aliciados. Claro que constatar isso não ajuda muito quem precisa. Afinal, as emoções não estão num switch, como numa chave de luz, que se liga e desliga quando se quer. Por isso devemos dar-nos atenção, desejar conhecer-nos sem disfarces e desculpas.
Desejar ser ou ter algo, misturado com uma sensação de injustiça, de merecimento não alcançado ou ainda de desdenho, é o que de pior um ser humano pode vibrar, passar para outro. Muitas vezes até sentimos, fisicamente, quando somos alvo disso.
Eu cresci a ouvir falar do tal do tal do ‘olho gordo’. Ensinaram-me que tínhamos que planear nossas metas de forma discreta, para não despertar a inveja alheia, pois esta poderia nos enredar o desenvolvimento dos mesmos.
Universo metafísico à parte, não me parece mesmo muito saudável concentrar nossa energia, nossa atenção, nas realizações daqueles que estão a nossa volta. Por outro lado, usar de suas experiência como exemplo, pode sim, fazer-nos crescer, explorar limites e capacidades e assim, passarmos nós a servir de exemplos, de incentivo e de força para os outros.
Dar é sempre mais gratificante e produtivo e por quê? Porque movimentamos nossa essência, criamos algo a partir de nós, interagimos com o meio, para o meio. Existirão sempre os menos experientes, quanto mais não seja, por serem mais novos.
Gostaria de acabar o texto desta semana com uma frase, um clássico dos pára-choques de caminhões: ‘A inveja é uma merda!’
Uma boa e invejável semana para todos.
Eduardo Divério.
Inveja - do Lat. Invidia s. f., misto de pena e de raiva; sentimento de desgosto pela prosperidade ou alegria de outrem; desejo de possuir aquilo que os outros possuem; ciúme; emulação, cobiça.
Associado a ela está o monstro Leviatã, figura mencionada nas velhas escrituras comumente descrito parecer-se com um crocodilo. Apesar de poder assumir a forma de outros animais ou ainda, a composição mista de alguns deles.
Para mim, ela é a mãe da injustiça. Porque acredito ser a base em como a pessoa se sinta e o que ela acaba por causar àqueles que estão sendo seu alvo: Injustiça! É um sentimento destrutivo, de corrosão e estagnação para quem o alimenta. Ao meu ver, sentimento algum em qualquer tipo de relacionamento é mais desprezível do que este.
Mas o que faz alguém querer ser como alguém ou ter o que outro tem? Veja bem, não estamos aqui falando do mero desejo, da simples vontade do adquirir algo, do género: Meu colega ganhou um IPod, o qual eu gostei muito e gostaria de ter um também, então vou as compras e compro um. A inveja envolve comparação, julgamento.
O processo põe em causa uma série de valores. Aqui, às bases, pode-se facilmente detectar a ego destonia da pessoa que se centra como núcleo mais importante e assim, sem poder ter menos ou sentir-se inferior – um pouco de ORGULHO, talvez - ela manifesta-se com inveja. Mas esta também existe na ausência do orgulho, originada da total fraqueza e falta de auto estima de um.
Ver as pessoas crescerem profissionalmente, seja em termos funcionais ou financeiros; ver o vizinho a fazer reformas e aumentar sua casa; saber que sua irmã trocou de carro por um do ano; receber a notícia que um colega seu do secundário foi admitido para trabalhar numa multinacional japonesa, não deveria causar nenhum outro tipo de sensação senão, satisfação ou ainda, talvez, indiferença. Mas se, você sente, mesmo que não esteja relacionado directamente à pessoa a quem você está se comparando, a sensação que o mundo que lhe é injusto ou que não lhe dá as mesmas oportunidades que dá aos outros, pare! Isso não é bom.
A inveja só pode ser vivida por aqueles que duvidam de si mesmos. Por aqueles que têm medo de sair vida à fora para alcançar seus sonhos e objetivos. Por aqueles que entregam suas decisões na dependência dos outros. É um sentimento que não só denota uma falta de coesão na identidade como ainda atrapalha aqueles a quem são aliciados. Claro que constatar isso não ajuda muito quem precisa. Afinal, as emoções não estão num switch, como numa chave de luz, que se liga e desliga quando se quer. Por isso devemos dar-nos atenção, desejar conhecer-nos sem disfarces e desculpas.
Desejar ser ou ter algo, misturado com uma sensação de injustiça, de merecimento não alcançado ou ainda de desdenho, é o que de pior um ser humano pode vibrar, passar para outro. Muitas vezes até sentimos, fisicamente, quando somos alvo disso.
Eu cresci a ouvir falar do tal do tal do ‘olho gordo’. Ensinaram-me que tínhamos que planear nossas metas de forma discreta, para não despertar a inveja alheia, pois esta poderia nos enredar o desenvolvimento dos mesmos.
Universo metafísico à parte, não me parece mesmo muito saudável concentrar nossa energia, nossa atenção, nas realizações daqueles que estão a nossa volta. Por outro lado, usar de suas experiência como exemplo, pode sim, fazer-nos crescer, explorar limites e capacidades e assim, passarmos nós a servir de exemplos, de incentivo e de força para os outros.
Dar é sempre mais gratificante e produtivo e por quê? Porque movimentamos nossa essência, criamos algo a partir de nós, interagimos com o meio, para o meio. Existirão sempre os menos experientes, quanto mais não seja, por serem mais novos.
Gostaria de acabar o texto desta semana com uma frase, um clássico dos pára-choques de caminhões: ‘A inveja é uma merda!’
Uma boa e invejável semana para todos.
Eduardo Divério.
terça-feira, dezembro 11, 2007
Ensaios Capitais – O Orgulho.
Orgulho – do Germ. Ûrgoli (s. m.): Exagerado conceito que alguém faz de si próprio; sentimento elevado da sua dignidade pessoal; soberba; pundonor; brio; vaidade; empáfia; aquilo de que alguém pode orgulhar-se.
O orgulho é um sentimento encarado por mim como uma força motriz. Bem, não é a toa que mesmo depois de, pelo menos, três revisões à lista de pecados mais pesados, ele se manteve em primeiro lugar. Não só, o demônio associado a ele é não mais que o próprio Lúficer, o alegado anjo caído, da ordem dos Querubins (ligados a adoração de Deus).
É um sentimento estranho, que nos confere sensações de poder, de autoridade, sem que sequer tenhamos tido alguma participação ao mérito em questão. Por exemplo, nacionalidade. Não interessa o tamanho da lista de agravos associados à imagem de nosso país, simplesmente temos ‘orgulho’ dele. Brigamos em sua defesa, enaltecemos suas características positivas de forma a fazê-lo brilhar sempre mais. Mas veja bem: O que fizemos nós, exatamente, para termos nascido com ‘esta’ nacionalidade? Se somos a consequência misturada da união de uns XX com XY, onde raio eu atuei de forma a interferir, contribuir com algo que já existia no meu nascimento?
Ser bonito, alto, inteligente, ter um cabelo liso, ter um avô que foi barão, um rei na história de nosso país que foi soberano e justo, uma irmã que é juíza, uma seleção nacional de futebol que tenha sido penta-campeã, enfim. É legítimo sentir orgulho do que nos é inato e não do que nos foi adquirido por mérito?
Se consideramos o universo de arquétipos de Jung, eu diria que sim. Natural, é de certeza. Mas o que quero aqui relevar é como esta força, esta sensação pode conduzir um indivíduo por caminhos de convicções sem que tenha existido um exercício, uma fase empírica que propicie um equilíbrio consciente. O orgulho, para mim, é um dos pais do preconceito. Lembrei-me agora dos textos ‘Sociedade Imperialista’ e ‘Telhado de Vidro’.
Contudo, a partir dos últimos vinte, vinte e cinco anos do segundo milênio, a psicologia encarregou-se de dar uma renovada na sua visão. Em terapia, um indivíduo passava a permitir se descobrir, se aceitar e então, sentir-se realizado com características inatas e, principalmente, com tantas outras consequentes de seus atos e juízos. Esta realização passou a ser encarada também com um nível de orgulho, como uma sensação positiva e construtiva de valorização.
Não que eu não seja a favor da mutação, da evolução de um língua e de seus conceitos, mas chamemos estas auto valorizações de ‘realizações’ e deixemos o ‘orgulho’ com seu conceito original. Não temos nós, nos deixado julgar situações e pessoas de forma soberana por causa desta sensação de se ser um diferente melhor? Sei lá! Àqueles que vivem numa vila, num país mais pobre, com uma etnia distinta e pouco comum, mais pobre, mais rico…
Ter nascido caucaziano no sul da América do Sul, mas numa família com direito a um passaporte Europeu, me faz uma pessoa melhor do que um cafuzo que precisa de visto para fazer turismo fora do Brasil? Privilegiado faz-me de certeza, mas melhor… Obviamente que não.
É-me difícil não recordar daquelas mensagens aborrecidas, em arquivos de extensão PPS que nos entopem as caixas eletrônicas de email sobre o quão lindo é o sol e o mar e o quão agradecidos deveríamos ser por podermos desfrutá-los, sabem? Crenças e religiões à parte, numa visão quase que meramente lógica, não vos parece básico que o ser humano deveria ter consciência de seus privilégios e sentir-se grato e favorecido ao invés de nos sentirmos superiores? Não é a isso que chamamos humildade? Coincidência não é que a humildade diz-se ser exatamente a virtude que se contrapõe ao orgulho.
Mas deixe estar que a humildade do ser humilde também tem muito que se diga e já é uma outra conversa!
Bem, com muita satisfação e com um humilde desejo, espero que todos tenham uma boa semana.
Eduardo Divério.
Orgulho – do Germ. Ûrgoli (s. m.): Exagerado conceito que alguém faz de si próprio; sentimento elevado da sua dignidade pessoal; soberba; pundonor; brio; vaidade; empáfia; aquilo de que alguém pode orgulhar-se.
O orgulho é um sentimento encarado por mim como uma força motriz. Bem, não é a toa que mesmo depois de, pelo menos, três revisões à lista de pecados mais pesados, ele se manteve em primeiro lugar. Não só, o demônio associado a ele é não mais que o próprio Lúficer, o alegado anjo caído, da ordem dos Querubins (ligados a adoração de Deus).
É um sentimento estranho, que nos confere sensações de poder, de autoridade, sem que sequer tenhamos tido alguma participação ao mérito em questão. Por exemplo, nacionalidade. Não interessa o tamanho da lista de agravos associados à imagem de nosso país, simplesmente temos ‘orgulho’ dele. Brigamos em sua defesa, enaltecemos suas características positivas de forma a fazê-lo brilhar sempre mais. Mas veja bem: O que fizemos nós, exatamente, para termos nascido com ‘esta’ nacionalidade? Se somos a consequência misturada da união de uns XX com XY, onde raio eu atuei de forma a interferir, contribuir com algo que já existia no meu nascimento?
Ser bonito, alto, inteligente, ter um cabelo liso, ter um avô que foi barão, um rei na história de nosso país que foi soberano e justo, uma irmã que é juíza, uma seleção nacional de futebol que tenha sido penta-campeã, enfim. É legítimo sentir orgulho do que nos é inato e não do que nos foi adquirido por mérito?
Se consideramos o universo de arquétipos de Jung, eu diria que sim. Natural, é de certeza. Mas o que quero aqui relevar é como esta força, esta sensação pode conduzir um indivíduo por caminhos de convicções sem que tenha existido um exercício, uma fase empírica que propicie um equilíbrio consciente. O orgulho, para mim, é um dos pais do preconceito. Lembrei-me agora dos textos ‘Sociedade Imperialista’ e ‘Telhado de Vidro’.
Contudo, a partir dos últimos vinte, vinte e cinco anos do segundo milênio, a psicologia encarregou-se de dar uma renovada na sua visão. Em terapia, um indivíduo passava a permitir se descobrir, se aceitar e então, sentir-se realizado com características inatas e, principalmente, com tantas outras consequentes de seus atos e juízos. Esta realização passou a ser encarada também com um nível de orgulho, como uma sensação positiva e construtiva de valorização.
Não que eu não seja a favor da mutação, da evolução de um língua e de seus conceitos, mas chamemos estas auto valorizações de ‘realizações’ e deixemos o ‘orgulho’ com seu conceito original. Não temos nós, nos deixado julgar situações e pessoas de forma soberana por causa desta sensação de se ser um diferente melhor? Sei lá! Àqueles que vivem numa vila, num país mais pobre, com uma etnia distinta e pouco comum, mais pobre, mais rico…
Ter nascido caucaziano no sul da América do Sul, mas numa família com direito a um passaporte Europeu, me faz uma pessoa melhor do que um cafuzo que precisa de visto para fazer turismo fora do Brasil? Privilegiado faz-me de certeza, mas melhor… Obviamente que não.
É-me difícil não recordar daquelas mensagens aborrecidas, em arquivos de extensão PPS que nos entopem as caixas eletrônicas de email sobre o quão lindo é o sol e o mar e o quão agradecidos deveríamos ser por podermos desfrutá-los, sabem? Crenças e religiões à parte, numa visão quase que meramente lógica, não vos parece básico que o ser humano deveria ter consciência de seus privilégios e sentir-se grato e favorecido ao invés de nos sentirmos superiores? Não é a isso que chamamos humildade? Coincidência não é que a humildade diz-se ser exatamente a virtude que se contrapõe ao orgulho.
Mas deixe estar que a humildade do ser humilde também tem muito que se diga e já é uma outra conversa!
Bem, com muita satisfação e com um humilde desejo, espero que todos tenham uma boa semana.
Eduardo Divério.
terça-feira, dezembro 04, 2007
Pampas de Cinismo.
Sou um gaúcho nascido no Passo d’Areia, um bairro antigo de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. Sou daqueles que quando fala da terra natal, chega mesmo a sentir os odores de lá e por vezes, até lágrimas vêm-me aos olhos.
Quando eu cheguei em Portugal, há coisa de uns 16 anos, comecei a adquirir a consciência de que existia uma certa visão antipática em relação a nós, gaúchos, pelo resto das regiões brasileiras. Lembro-me de uma vez um colega dizer o seguinte: ‘Lá no casarão nós somos cinco brasileiros e um gaúcho’.
Primeiro eu achava que era um pouco de despeito, por sermos uma região geograficamente diferente, com quatro estações bem definidas e com direito a neve ou, por ter um grande número de pessoas com ascendência européia e os biotipos envolvidos nisso, enfim. Mais tarde, com o convívio entre pessoas de outras regiões do Brasil, era-me difícil não notar também no conteúdo e na densidade das conversas, o quão… Diferente eram.
Mas o tempo foi passando.
É sabido que em Portugal existem, pelo menos, dois grandes grupos de brasileiros bem sucedidos: Os dentistas e os informáticos mainframe. Este último com uma grande representação gaúcha. Passado o tempo e exercido o convívio, receio que tenha baseado minhas primeiras impressões em como eu me sentia sendo um gaúcho em relação ao resto dos brasileiros, o que não quer necessariamente corresponder ao que o senso comum determina como tal.
São muitas as pessoas que conheço com informação das/nas mais diversas áreas, da ciência à política. Viajadas e com recurso para terem boas acomodações e acesso ao que o turismo tem de melhor. Contudo, presencio um humor cáustico, cínico. Existe um padrão de sarcasmo, de comentários lacunosos que usam e abusam de informações, pessoais ou não, com uma latente malícia e com um ‘Q’ subversivo, disfarçado, na verdade, em constrangimento e preocupação. Um esbanjar requintado de piadas apuradas, inteligentes em sua ‘confecção’, mas quase sempre depreciativas. Uma constante disputa tácita sobre quem tem mais informação, mais lógica, mais QI, mais cartões na carteira, mais, mais, mais…
É também nesta comunidade onde noto o maior número de situações de ex-amigos. Sim, pessoas que foram amicíssimas, trocaram confidências e hoje quando se encontram, agem como se não se conhecessem. Estarão sempre associadas às memórias de ocasiões importantes, mas já não servem para se relacionarem. Este crivo, não me parece ser o resultado de uma seleção, a consequência de uma peneira de consciência e equilíbrio psicológico. Aliás, este comportamento parece-me mesmo o total descontrole e descaso com conceitos maiores de relacionamento.
É-nos inerente, como povo, como cultura, ‘pelear’ pelo correcto, pelo justo, pelo que quer que queiramos. Somos um povo que traz na ponta de sua língua, e de sua caneta, a expressão determinada e convicta resultante da avaliação de uma situação. Orgulho-me desta flâmula, mas envergonham-me os que dela usam para diminuir os outros, sobre exaltarem-se como modelos de ego.
Será este grupo de pessoas que anda por aí a suscitar nos outros a antipatia que afama nossas relações extra regionais? Estarão eles representando a nossa identidade, porém maquiados de tal forma que se sentem melhores do que os outros, naturais da mesma terra?
Eu associo esta falha da nossa cultura, ou talvez, esta característica, à constante pressão, a rigidez de nossa sociedade. Eu diria ser quase um arquétipo, este de se ser forte, causando nos inseguros ou mais sensíveis, este comportamento vil de simular uma supremacia virtual, na tentativa de não sucumbir no desinteresse do seu próprio universo, como um cão que late para afastar quem o ameaça, mas que nunca morde.
Ainda sim, a maioria das pessoas que mais amo neste planeta são gaúchas – em várias partes do globo – e são ela que me fazem companhia quando preciso estar perto das minhas raízes e são elas que também ajudam-me a amenizar esta figura triste que se forma em minha mente, de vez em quando, mas quase todos os dias.
Uma boa semana para todos com gosto de chimarrão.
Eduardo Divério.
Sou um gaúcho nascido no Passo d’Areia, um bairro antigo de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. Sou daqueles que quando fala da terra natal, chega mesmo a sentir os odores de lá e por vezes, até lágrimas vêm-me aos olhos.
Quando eu cheguei em Portugal, há coisa de uns 16 anos, comecei a adquirir a consciência de que existia uma certa visão antipática em relação a nós, gaúchos, pelo resto das regiões brasileiras. Lembro-me de uma vez um colega dizer o seguinte: ‘Lá no casarão nós somos cinco brasileiros e um gaúcho’.
Primeiro eu achava que era um pouco de despeito, por sermos uma região geograficamente diferente, com quatro estações bem definidas e com direito a neve ou, por ter um grande número de pessoas com ascendência européia e os biotipos envolvidos nisso, enfim. Mais tarde, com o convívio entre pessoas de outras regiões do Brasil, era-me difícil não notar também no conteúdo e na densidade das conversas, o quão… Diferente eram.
Mas o tempo foi passando.
É sabido que em Portugal existem, pelo menos, dois grandes grupos de brasileiros bem sucedidos: Os dentistas e os informáticos mainframe. Este último com uma grande representação gaúcha. Passado o tempo e exercido o convívio, receio que tenha baseado minhas primeiras impressões em como eu me sentia sendo um gaúcho em relação ao resto dos brasileiros, o que não quer necessariamente corresponder ao que o senso comum determina como tal.
São muitas as pessoas que conheço com informação das/nas mais diversas áreas, da ciência à política. Viajadas e com recurso para terem boas acomodações e acesso ao que o turismo tem de melhor. Contudo, presencio um humor cáustico, cínico. Existe um padrão de sarcasmo, de comentários lacunosos que usam e abusam de informações, pessoais ou não, com uma latente malícia e com um ‘Q’ subversivo, disfarçado, na verdade, em constrangimento e preocupação. Um esbanjar requintado de piadas apuradas, inteligentes em sua ‘confecção’, mas quase sempre depreciativas. Uma constante disputa tácita sobre quem tem mais informação, mais lógica, mais QI, mais cartões na carteira, mais, mais, mais…
É também nesta comunidade onde noto o maior número de situações de ex-amigos. Sim, pessoas que foram amicíssimas, trocaram confidências e hoje quando se encontram, agem como se não se conhecessem. Estarão sempre associadas às memórias de ocasiões importantes, mas já não servem para se relacionarem. Este crivo, não me parece ser o resultado de uma seleção, a consequência de uma peneira de consciência e equilíbrio psicológico. Aliás, este comportamento parece-me mesmo o total descontrole e descaso com conceitos maiores de relacionamento.
É-nos inerente, como povo, como cultura, ‘pelear’ pelo correcto, pelo justo, pelo que quer que queiramos. Somos um povo que traz na ponta de sua língua, e de sua caneta, a expressão determinada e convicta resultante da avaliação de uma situação. Orgulho-me desta flâmula, mas envergonham-me os que dela usam para diminuir os outros, sobre exaltarem-se como modelos de ego.
Será este grupo de pessoas que anda por aí a suscitar nos outros a antipatia que afama nossas relações extra regionais? Estarão eles representando a nossa identidade, porém maquiados de tal forma que se sentem melhores do que os outros, naturais da mesma terra?
Eu associo esta falha da nossa cultura, ou talvez, esta característica, à constante pressão, a rigidez de nossa sociedade. Eu diria ser quase um arquétipo, este de se ser forte, causando nos inseguros ou mais sensíveis, este comportamento vil de simular uma supremacia virtual, na tentativa de não sucumbir no desinteresse do seu próprio universo, como um cão que late para afastar quem o ameaça, mas que nunca morde.
Ainda sim, a maioria das pessoas que mais amo neste planeta são gaúchas – em várias partes do globo – e são ela que me fazem companhia quando preciso estar perto das minhas raízes e são elas que também ajudam-me a amenizar esta figura triste que se forma em minha mente, de vez em quando, mas quase todos os dias.
Uma boa semana para todos com gosto de chimarrão.
Eduardo Divério.